Os vendedores de bicicletas australianos estão a ter dificuldades em dar resposta ao aumento da procura desde que, em março, as restrições relacionadas com a pandemia do novo coronavírus entraram em vigor.
Em algumas lojas, os funcionários tiveram mesmo de redobrar os turnos, fazer horas extra e deixar de fazer reparações para conseguirem processar as novas encomendas. As vendas, que geralmente chegavam aos 10 mil dólares (cerca de 6 mil euros) num sábado “normal”, chegam agora aos 40 mil dólares (cerca de 23 mil dólares) também durante os dias de semana.
“Somos o novo papel higiénico e toda a gente quer um pedaço. Não conseguimos acompanhar as vendas. O telefone toca sem parar”, disse Grant Kaplan, um dos responsáveis por uma loja de bicicletas em Sydney, ao The Guardian.
“Andar de bicicleta permite praticar exercício ao mesmo tempo que se mantém o distanciamento social”, explicou Nathan Ziino, responsável de outra loja de bicicletas.
Nathan Ziino prevê que haverá novamente uma grande procura por bicicletas quando as medidas de distanciamento social forem sendo levantadas, nomeadamente por pessoas que terão de regressar ao trabalho e não querem arriscar andar de transportes públicos.
A utilização de transportes públicos em Sydney caiu cerca de 75% em março. A organização Bicycle Network pediu aos governos que transformem as estradas em ciclovias. Só em Melbourne, o número de ciclistas a utilizar estes espaços para circulação aumentou cerca de 79% em algumas áreas.
O principal problema dos vendedores de bicicletas é, neste momento, a possibilidade de ficarem sem stock. A maioria das bicicletas vendidas pelos gigantes de Sydney é feita em Taiwan e na China, locais onde as fábricas interromperam a produção.