Coronavírus

"Já tinha saudades de tomar um cafezinho sentado numa esplanada”

Primeiro-ministro quer "confiança" para o país "não se deixar vencer pela cura"

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A reabertura dos cafés e restaurantes esta segunda-feira é mais um passo no desconfinamento que António Costa reconhece que não é fácil. Primeiro porque o setor foi fortemente afetado pelos últimos dois meses de combate à pandemia.

Depois porque mesmo com a adaptação às regras, há um sentimento de incerteza que leva a que os portugueses possam retrair-se de voltar a frequentar estes espaços no dia a dia. Para algo tão habitual e simples como tomar o café na esplanada. António Costa quis dar o passo da "confiança" e ainda antes das 9 da manhã, foi ao café Califa, em São Domingos de Benfica, em Lisboa, dizer que não só é possível retomar a vida como é essencial que os portugueses agora o façam.

"Não podemos deixar-nos vencer pela cura", pede o primeiro-ministro, "se continuarmos todos parados sobrevivemos à doença, mas podemos não sobreviver à cura. É preciso ir vencendo estes receios, com confiança e sempre com cautela".

Num dia que considerou "muito importante" pelas reaberturas da segunda fase do deconfinamento, António Costa reafirmou que é preciso que os portugueses retomem "a sua vida liberdade", insistindo em medidas de higiene e distanciamento, além do uso de máscara, e que saibam "vencer os receios" que ele próprio confessa sentir. Por isso, "é essencial que saibam que os restaurantes não estão a abrir de qualquer forma", mostrando mesmo como no café existe um dispensador de desinfetante na esplanada ou como os funcionários usam viseira, máscara e luvas.

A importância do desconfinamento para a economia e a palavra de confiança foi também o que quis deixar na entrevista, de mais de uma hora, que deu na rádio TSF logo a seguir e em que voltou a ser questionado sobre a reunião com Mário Centeno. Se o ministro lhe apresentou a demissão, não disse. Disse ter aceitado as explicações e dá o assunto por esclarecido. Já quanto ao que aí vem, promete apresentar a todos os parceiros e todos os partidos um programa de emergência económica que está a preparar e que espera que da parte da oposição continue a ter uma atitude colaborante, como até aqui. O que o leva a defender que um Bloco Central (PS, PSD) como se viu, não foi necessário para haver "convergência" e "unidade nacional", em que Rui Rio, como líder da oposição, mereceu elogios na imprensa internacional: "é absolutamente merecido, não tenho razão para não o acompanhar", disse António Costa.

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