O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse esta quinta-feira que a decisão da Dinamarca de não permitir a entrada de cidadãos provenientes de Portugal contraria o “espírito de solidariedade” entre países europeus e a decisão das instituições europeias de repor a livre circulação.
Numa resposta enviada à SIC, o Governo considera que esta restrição se baseia apenas no número de novos casos de infetados por cada mil habitantes, esquecendo outros critérios “tão ou mais reveladores da incidência da doença”, como a capacidade de resposta do SNS, o número de casos recuperados, o número de vítimas mortais e o número reduzido de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos.
"Portugal tem realizado muito mais testes do que a maioria dos países europeus (…) elevando, naturalmente, o número de casos detetados no país. (...) Esta política de testagem prudente e transparente deve ser vista como um facto positivo”.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, e caso a decisão da Dinamarca se mantenha, “Portugal reserva-se o direito de aplicar o princípio da reciprocidade”.
Portugueses e suecos não estão autorizados a entrar na Dinamarca
A Dinamarca informou hoje que vai autorizar a entrada de cidadãos europeus de países com baixas taxas de infeção pelo novo coronavírus a partir de 27 de junho, mas que Portugal e a Suécia são as exceções, por não preencherem os critérios.
Emigrantes portugueses surpreendidos com restrições impostas pelo Governo dinarmarquês
Duas portuguesas que vivem na Dinamarca dizem que ficaram surpreendidas com o anúncio do Governo dinamarquês, mas acreditam que a restrição de entrada a Portugal vai ser revertida.
O Governo dinamarquês proíbe a entrada a cidadãos de países com mais de 20 infetados por 100 mil habitantes.
Por enquanto, os turistas portugueses não entram, mas apesar da restrição quem reside e trabalha no país pode receber familiares proximos como filhos e pais.
Bruxelas lança site para ajudar a planear viagens
A Comissão Europeia lançou esta semana uma plataforma online com informação em tempo real sobre fronteiras, meios de transporte e serviços turísticos nos estados-membros.
A intenção é ajudar os viajantes a fazerem os planos de viagem e a garantir a sua segurança no espaço comunitário.
