O bastonário da Ordem dos Médicos acha "estranho e de uma insensibilidade grande" que a ministra da Segurança Social não tenha lido o relatório acerca da situação no lar de Reguengos de Monsaraz. Miguel Guimarães fala mesmo em "insensibilidade".
A ministra da Segurança Social assumiu que não leu o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto que matou 18 pessoas no lar de Reguengos de Monsaraz. Em entrevista ao Expresso, Ana Mendes Godinho disse que o objetivo não é apurar responsabilidades.
Ministra diz ter sido "descontextualizada de forma grave"
Mais tarde, a ministra negou ter desvalorizado o número de mortes nos lares em Portugal. Em comunicado, afirmou que o título da publicação do Expresso foi "descontextualizado de forma grave".
Esclareceu que que o Ministério tem estado desde o início da pandemia a acompanhar a situação nos lares e que tem desenvolvido mecanismos para antecipar e prevenir surtos, acrescentando que o plano estratégico implementado até agora já custou ao estado 200 milhões de euros.
"No caso de Reguengos, a grande dificuldade foi encontrar funcionários quando muitos ficaram doentes. É preciso aumentar a aposta nos recursos humanos do sector social. Em abril criámos um programa especial [do IEFP], inicialmente previsto por um período de três meses e que decidimos prolongar até ao fim de dezembro", disse a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Marcelo Rebelo de Sousa também reagiu à polémica gerada pelas declarações da ministra ao Expresso. O Presidente da República avisa que leu todos os relatórios e que é preciso tirar lições.