Uma empresa de biotecnologia com sede no Parque Tecnológico de Cantanhede vai iniciar no próximo mês testes em ratinhos para desenvolver uma vacina para a Covid-19, disse esta quarta-feira à agência Lusa o CEO da Immunethep, Bruno Santos.
De acordo com o responsável da empresa, dentro de dois a três meses deverão existir "resultados que permitam iniciar testes em humanos".
A empresa tinha já trabalho desenvolvido com outra vacina, no sentido de prevenir infeções bacterianas, que muitas vezes são a causa de morte de doentes internados, inclusive pessoas infetadas com Covid-19.
Em declarações à Lusa, o responsável pela empresa afirmou que a partir daí decidiram avançar para "o desenvolvimento de uma vacina específica para a Covid-19".
Siphiwe Sibeko
A formulação encontrada vai começar a ser testada em ratinhos no próximo mês e a produção da vacina, caso seja aprovada, será feita com uma empresa no Canadá com a qual a biotecnológica portuguesa já trabalha para a outra vacina na área bacteriana.
"Neste momento, temos uma formulação definida e estamos prontos a testá-la no modelo animal", precisou Bruno Santos.
A base para a conceção desta vacina parte de vírus inativados, explicou.
Kai Pfaffenbach
Em comunicado, a empresa anunciou que o seu principal produto é uma vacina antibacteriana de largo espetro que está "pronta para entrar em ensaios clínicos" e que com a pandemia de Covid-19, decidiu colocar as capacidades e conhecimento adquirido no desenvolvimento de "novas soluções" que possam ajudar a parar a doença e as suas consequências.
"O conhecimento gerado no processo de desenvolvimento de vacinas permitiu-nos avançar rapidamente para ensaios de desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19. Esta vacina foi desenhada para potenciar a resposta imune ao vírus nos pulmões. A vacina tem uma dupla função: Induzir a produção de anticorpos específicos para neutralizar o SARS-CoV-2 e aumentar a nossa capacidade natural de combater infeções virais", lê-se no documento emitido pela empresa.
"Publicações recentes demonstram que pelo menos 50% dos casos fatais associados a infeções por SARS-CoV-2 são devido a infeções oportunistas causadas por bactérias multirresistentes. Considerando que a vacinação destes pacientes para SARS CoV-2 não geraria uma resposta em tempo útil, a Immunethep está a desenvolver uma terapia utilizando anticorpos monoclonais para tratar este tipo de infeções bacterianas oportunistas", acrescentam os autores do trabalho.
O objetivo é, através da vacinação, prevenir a doença e evitar a transmissão de humano para humano e, por outro lado, "através do tratamento pelos anticorpos monoclonais", atenuar os sintomas de pacientes já infetados "reduzindo significativamente" o número de casos fatais dentro dos pacientes com Covid-19.
Portugal regista mais 3 mortes e 802 casos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira a existência de um total de 1.928 mortes e 70.465 casos de covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.
O número de mortes subiu de 1.925 para 1.928 , mais 3 do que na terça-feira. O número de infetados aumentou de 69.663 para 70.465, mais 802.
Nas últimas 24 horas registaram-se mais 25 internamentos, aumentando para 571 o número de pessoas com covid-19 internadas nos hospitais, enquanto foi registado um aumento de 25 utentes nos cuidados intensivos, num total de 77.
Rafael Marchante
Terapia inovadora pretende eliminar o coronavírus em segundos
Um consórcio formado pela Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e duas empresas, uma portuguesa e outra canadiana, quer desenvolver uma terapia inovadora para eliminar "em poucos segundos" o vírus que provoca a covid-19, foi anunciado esta quarta-feira.
Denominado FOTOVID, o projeto pretende eliminar o vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença de covid-19, "logo na principal 'porta de entrada' no organismo, isto é, nas fossas nasais, usando a terapia fotodinâmica", afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada hoje à agência Lusa.
Kai Pfaffenbach