A Covid-19 justifica menos de metade das mortes em excesso do último mês face à média dos últimos cinco anos, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) na sua mais recente análise da mortalidade em Portugal.
Os dados preliminares indicam que "46,5% do acréscimo de óbitos entre 05 de outubro e 01 de novembro relativamente à média dos últimos cinco anos deveu-se a óbitos por covid-19": das 1.132 mortes acima da média que se verificaram nesse período, 526 foram atribuídas a covid-19.
A doença provocada pelo novo coronavírus provocou menos de um terço (29,3%) das 8.686 mortes a mais face à média dos últimos cinco anos registadas entre 02 de março e 01 de novembro.
ANÁLISE À MORTALIDADE E CAUSAS SÓ ESTARÁ CONCLUÍDA EM 2021
Em entrevista, a Diretora-geral da Saúde revelou que a autoridade de saúde só terá concluída em 2021 a análise ao aumento do número de mortes e respetivas causas durante o período da pandemia, dado que é um processo complexo de analisar.
Graça Freitas explica que há, de facto, uma sobremortalidade este ano, mas diz que os valores "têm de ser cuidadosamente estudados" e que o processo "é muito mais complexo do que se pensa".