A decisão de renovar o Estado de emergência é tida como certa pelos partidos políticos que estão a ser ouvidos pelo Presidente da República. Mas só vai acontecer depois de ouvidos os especialistas, numa nova reunião das que ficaram conhecidas como "as reuniões do Infarmed". Vai ser esta quinta-feira, anunciou o vice-Presidente do CDS, Filipe Lobo d'Ávila, no final da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
O CDS foi o primeiro dos partidos a ser recebido esta quarta-feira - depois dos partidos com menor representação parlamentar terem sido ouvidos na terça-feira à tarde - e Lobo d'Ávila não deixou de registar o facto do Governo "sentir necessidade" de ouvir os especialistas, antes de tomar medidas, o que para o dirigente centrista é revelador da "falta de estratégia" que tem notado nas últimas semanas. O CDS votou a favor do decreto do Estado de emergência há 15 dias. Mas, agora, não diz que o fará. "Teremos que saber quais são as medidas que o Governo se propõe fazer", disse.
Já o PCP, que Marcelo recebeu a seguir, não tem escondido o sentido de voto e mais uma vez deverá ser contra um Estado de emergência que Jerónimo de Sousa já disse, por mais do que uma vez, ser "excessivo", com "medidas desproporcionais".
Depois de ter ouvido Iniciativa Liberal, Chega, Os Verdes e o PAN na terça-feira, o Presidente da República continua as audições à tarde: BE, PSD e PS são os partidos que faltam. Depois, terá ainda a audiência semanal com o Primeiro-ministro que foi antecipada, confirmou a SIC, e não se realiza como é habitual na quinta-feira, porque António Costa tem reunião do Conselho Europeu por videoconferência.
Acontece, assim, depois de Marcelo ouvir todos os partidos e antes da reunião com os especialistas no Infarmed.