A farmacêutica chinesa Sino Biopharmaceutical anunciou esta segunda-feira que vai investir o equivalente a 424 milhões de euros no desenvolvimento e produção da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo grupo chinês Sinovac, chamada CoronaVac.
Em comunicado, publicado no portal oficial da bolsa de Hong Kong, a Sino Biopharmaceutical revelou esperar que aquele montante financie o "desenvolvimento e a expansão das capacidades e da produção do CoronaVac", uma das quatro vacinas chinesas contra o novo coronavírus no estágio mais avançado dos ensaios clínicos.
A firma está confiante de que os seus fundos vão servir para "expandir rapidamente a capacidade de produção da vacina contra a covid-19, para satisfazer a aquisição pela República Popular da China, assim como globalmente".
O presidente executivo (CEO) da Sinovac, Weidong Yin, acrescentou que a "nova parceria estratégica permitirá melhorar a capacidade de vendas" das vacinas do grupo, "expandir os mercados na Ásia, desenvolver e ter acesso a novas tecnologias e, o mais importante, acelerar os esforços para ajudar a combater a pandemia".
Acordo de investimento
Segundo o comunicado da Sino Biopharmaceutical, o acordo de investimento foi celebrado no dia 4 de dezembro, entre subsidiárias das duas empresas, a Talent Forward Limited e a Sinovac Life Sciences.
A Sino Biopharm fica assim com 15,03% do capital da Sinovac Life Sciences.
Na sexta-feira, o cientista Wang Junzhi, vice-diretor da equipa de pesquisa e desenvolvimento de vacinas do Conselho de Estado, o Executivo chinês, anunciou que a China aprovará a comercialização de 600 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus ainda este ano.
A China está a desenvolver quatro das dez vacinas que passaram a última fase de testes clínicos.
A Fosun, grupo chinês que em Portugal detém várias empresas, fez parceria com as farmacêuticas Pfizer e BioNTech para ser o distribuidor local da vacina desenvolvida por aquele consórcio.
"Com a vacina não quer dizer que a pandemia acabou"
A Organização Mundial da Saúde diz que a vacina contra a covid-19 não significa que a pandemia acabou. O diretor-geral Tedros Adhanom alerta para os cuidados que todas as pessoas devem continuar a ter.
Em Portugal, as vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

O primeiro-ministro, António Costa, diz que o processo de vacinação contra a covid-19 vai demorar meses até estar concluído. Mas até lá admite que as restrições podem vir a ser aliviadas.
Este será um longo caminho até que seja atingida a tão almejada imunidade de grupo, quando 60 a 70% da população estiver protegida do vírus.
"Só quando tivermos um nível de vacinação de 60 a 70% se poderá considerar que há imunização coletiva."
A vacinação começa em janeiro e só na primeira e segunda fases três milhões e 600 mil pessoas podem vir a ser vacinadas.
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