As notícias que dão conta de reações adversas à vacina para a covid-19, nomeadamente reações alérgicas, têm gerado alguma desconfiança. Mas é caso para preocupação?
Joaquim Ferreira, professor de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, considera que a velocidade a que a vacina foi produzida e administrada pode gerar desconfiança. Contudo, esclarece que o desenvolvimento da vacina não partiu do zero, havendo já um conjunto de conhecimentos científicos que foram adaptados. Explica ainda que muitas das vacinas foram produzidas ao mesmo tempo que se faziam os ensaios clínicos.
É importante ter em conta esta informação: a toma de um medicamento, seja ele novo ou antigo, pode causar uma reação adversa.
"O que importa é que sejam sintomas ligeiros e transitórios", revela o professor, apontando que os dados globais da vacina são altamente favoráveis.
Atualmente, milhares de pessoas são vacinas por dia, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos, onde a vacina da Pfizer foi aprovada. Isso permite que exista uma monitorização e que todos os dias sejam conhecidos dados novos sobre o efeito da vacina.
Questionado sobre efeitos a longo prazo, Joaquim Ferreira admite que a ideia de a vacina produzir efeitos prejudiciais passados meses ou anos é um mito.
"Podemos estar muito tranquilo. Esse dado de que há efeitos das vacinas que só aparecem anos depois é mito. Os efeitos adversos das vacinas manifestam-se em dois ou três dias e não ao fim de uma semana ou meses", explicou.
Numa nota final, o professor disse ainda que a toma da vacina é importante por três motivos: protege-nos da infeção, protege-nos de ter uma forma grave da doença e protege-nos de a passar para os outros.