Coronavírus

Covid-19. Desce para 109 o número de concelhos em risco extremo e muito elevado de contágio

São menos seis do que no início do mês.

Covid-19. Desce para 109 o número de concelhos em risco extremo e muito elevado de contágio
JOSÉ SENA GOULÃO

Cento e nove concelhos de Portugal continental continuam nas listas de municípios de risco extremo ou muito elevado de contágio pelo novo coronarívus, menos seis do que no início do mês, foi esta quinta-feira divulgado.

Segundo a lista de níveis de risco divulgada pelo Governo, depois do Conselho de Ministros em que foram avaliadas e ajustadas as medidas de contenção da pandemia de covid-19 para o Natal e Ano Novo, existem agora 30 concelhos em risco extremo de contágio, menos cinco do que em 2 de dezembro, e 79 em risco muito elevado, mais um do que no início de dezembro.

O número de concelhos considerados de risco elevado permanece inalterado, 92, enquanto os municípios de risco moderado são agora 77, mais quatro do que no princípio do mês.

Apesar da atualização das listas, as restrições aplicadas devido à pandemia de covid-19 em cada um dos concelhos, mesmo que tenham subido ou descido de nível, permanecem sem alteração até à entrada em vigor do novo estado de emergência, em 24 de dezembro.

Situação na Área Metropolitana de Lisboa

A Área Metropolitana de Lisboa, composta por 18 municípios, tem agora cinco concelhos no nível muito elevado: Almada, Barreiro, Lisboa, Moita e Montijo. Há 15 dias, Almada, Barreiro e Lisboa já estavam neste nível, mas a Moita e o Montijo subiram de risco elevado para muito elevado.

No nível elevado estão 15 concelhos, tendo Loures descido do nível muito elevado nestas últimas duas semanas. São eles Alcochete, Amadora, Cascais, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Situação na Área Metropolitana do Porto

Na Área Metropolitana do Porto, pela primeira vez desde o início da divisão por níveis de risco, um concelho saiu dos níveis de maior risco: Vale de Cambra, que há 15 dias era considerado concelho de risco muito elevado de contágio, passou para o nível de risco elevado.

No nível de risco extremo estão agora apenas quatro concelhos, metade dos que estavam no dia 02 de dezembro. Oliveira de Azeméis subiu de risco muito elevado para extremo e Póvoa de Varzim, Trofa e Vila do Conde permanecem no mesmo nível.

Os restantes 12 concelhos da Área Metropolitana do Porto estão no nível de risco muito elevado: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Paredes, Porto, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Valongo e Vila Nova de Gaia.

Espinho, Paredes, Santa Maria de Feira, Santo Tirso, São João da Madeira foram os concelhos que desceram de risco extremo para muito elevado nas últimas duas semanas.

RECOLHER OBRIGATÓRIO A PARTIR DAS 23:00 DE 31 DE DEZEMBRO

O primeiro-ministro, António Costa, falou esta quinta-feira ao país por videoconferência, depois do Conselho de Ministros ter reunido para decidir as medidas que vão vigorar nos períodos das festas de Natal e de Ano Novo. Para o Natal, não há novas medidas, mas a noite da passagem de ano terá o recolher obrigatório, em todo o país, a partir das 23:00.

António Costa recua e anuncia que vai ser decretado o recolher obrigatório a partir das 23:00 de 31 de dezembro e das 13:00 de 1, 2 e 3 de janeiro. As medidas da passagem de ano serão aplicadas ao país inteiro, não havendo distinção entre concelhos.

"Ao contrário do que tínhamos anunciado há 15 dias [...] temos de cortar totalmente as celebrações de Ano Novo", disse António Costa, no final da reunião do Conselho de Ministros.

António Costa diz que será feita uma máxima contenção para o período da passagem de ano, para que no Natal seja um período de alívio.

"Proteger o Natal com o sacrifício da passagem de ano (...) Celebremos este novo ano cada um em sua casa"

Vão ser revistos os horários de funcionamento dos restaurantes, em todo o território continental, estabelecendo-se que, no dia 31 de dezembro, o funcionamento é permitido até às 22:30; e nos dias 1, 2 e 3 de janeiro até às 13h00, exceto para entregas ao domicílio.

Os novos horários visam reduzir a multiplicação de contactos no período da passagem do ano, acautelando os riscos acrescidos de novas infeções que poderão resultar das comemorações do Natal.

"NATAL TEM QUE DECORRER COM MÁXIMO CUIDADO"

António Costa reconhece que a evolução da pandemia não está no ponto desejado, mas o Governo decidiu manter o alívio das restrições na época natalícia.

O primeiro-ministro apela ao "máximo cuidado" na época natalícia, deixando vários alertas como evitar espaços pequenos, fechados e pouco arejados, ter o menor número possível de pessoas à mesa e estar o máximo tempo possível com máscara. Reconhece que é difícil nesta altura, mas lembra que "grande parte do risco das contaminações é à mesa", quando as pessoas não usam máscara.

"Cada um nós é um risco"

O primeiro-ministro adianta que as reuniões não vão ter um limite de pessoas, mas acredita no bom senso dos portugueses.