A situação nos hospitais portugueses continua muito preocupante: várias unidades estão no limite, sobretudo na Grande Lisboa e no Centro, onde já foram suspensos outros serviços para dar lugar a internados por covid-19.
O cenário de rutura é real, garantem os responsáveis de várias unidades hospitalares do país. A solução tem passado por adaptar enfermarias, retirar camas e profissionais de outros serviços. Em Coimbra já há suspensão de especialidades.
O diretor do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar Universitário (CHUC) explica, ao jornal Público, que já foram encerrados os serviços de dermatologia, otorrino, ginecologia e cirurgia vascular. No CHUC estão internadas mais de 400 pessoas, das quais perto de 50 estão nos cuidados intensivos.
Em Viseu, o limite previsto no pior cenário do plano de contingência já foi ultrapassado há muito tempo. Este sábado estava internadas 260 pessoas, 19 nos cuidados intensivos. No último mês, deram entrada no hospital de Viseu 500 pessoas infetadas pelo SARS-CoV-2, um valor muito superior aos 144 registados na primeira vaga.
Em Lisboa, este sábado foi mais calmo no hospital Santa Maria. Foi aberta mais uma enfermaria com 24 camas e o plano será disponibilizar ainda mais camas para responder à afluência de doentes.
O hospital Santa Maria tem recebido vários doentes de outras regiões do país. Ao contrário dos hospitais Amadora-Sintra, Beatriz Ângelo (Loures) e Garcia de Orta (Almada) que têm transferido doentes para outros pontos do país.
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