Coronavírus

Em maio foi contra o encerramento das escolas, agora é a favor. A pediatra Maria João Brito explica porquê

A pediatra e diretora da Unidade de Infecciologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, em entrevista à SIC Notícias.

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A pediatra Maria João Brito em maio foi contra o encerramento das escolas. Agora é a favor.

Em entrevista à SIC Notícias, explica que há cerca de um ano surgiu uma nova pandemia e o que se fez na altura foi "fechar e conhecer melhor as características do vírus".

"Em maio e abril começámos a perceber, através do nosso conhecimento científico, que a transmissão na pediatria não era uma transmissão muito importante."

A diretora da Unidade de Infecciologia do Hospital Dona Estefânia admite, que com base nesses conhecimentos, foi das primeiras pessoas a assumir que escolas deveriam abrir.

No entanto diz que o está a acontecer agora é uma situação diferente: "a transmissão nesta altura é uma transmissão muito mais elevada (...). Fechar as escolas não era só exclusivamente porque as crianças podiam ter doença mais grave, é porque é preciso quebrar as cadeias de transmissão".

"Não é fechar as escolas só, temos de fechar tudo. Temos de quebrar as cadeias de transmissão."

Maria João Brito diz que as cargas virais observadas nos doentes, mesmo nos mais novos, são superiores às do início da pandemia.

A diretora de Infecciologia do Hospital Dona Estefânia afirma que a unidade para crianças com covid-19 está cheia e já abriram uma nova ala para conseguir receber mais doentes.

"Temos dois tipos de crianças internadas", as crianças com uma patologia que obriga ao internamento e quando são testadas dão positivo para a covid-19 e o grupo de crianças doentes com covid-19. Maria João Brito revela ainda que o Dona Estefânia "tem apenas uma criança em Unidade de Cuidados Intensivos".

A pediatra defende que a única forma de combater a pandemia será com a vacinação.