O presidente da Federação de Hospitais de França apelou esta sexta-feira a um novo confinamento nacional para lidar com a pandemia de covid-19.
O apelo de Frederic Valletoux surge numa altura de tensão entre o Governo francês e os profissionais de saúde, que discordam sobre a matéria.
Numa entrevista à emissora LCI, Valletoux, que também é presidente da Câmara de Fontainebleau, afirmou que, apesar de a situação nos hospitais estar sob controlo "por agora", continua "muito tensa" em diversas áreas.
Também esta sexta-feira, a diretora do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Saint Antoine, em Paris, disse que a imposição de novas medidas para controlar a pandemia é "inevitável".
"Ainda estamos num patamar elevado em França. E para o baixar, novas medidas serão inevitáveis", disse Karine Lacombe, citada pela agência Reuters.
As declarações surgem um dia depois do primeiro-ministro Jean Castex ter anunciado que a situação epidemiológica em França continuava frágil, mas que não seria necessário a imposição de um terceiro confinamento geral.
"Um novo confinamento não é algo que desejemos, a não ser em último recurso. A situação não o justifica atualmente: temos um alto nível de incidência, mas é inferior aos níveis que tivemos em outubro", disse o primeiro-ministro em conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia no país.
Entre as medidas atualmente impostas em França, está o recolher obrigatório entre as 18:00 e as 06:00, o controlo das entradas e saídas do país e a obrigatoriedade de teletrabalho.
França regista mais 360 mortos
A França registou na quinta-feira mais 360 mortes por covid-19, elevando assim o número de óbitos no país para 77.952, desde o início da pandemia.
De acordo com os dados das autoridades francesas, há 27.766 pessoas internadas em enfermaria, das quais 3.240 nos cuidados intensivos.
Desde quarta para quinta-feira, foram detetados 23.448 novos casos de covid-19 em França e o total de casos confirmados é de 3.274.608.