A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta quarta-feira que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 é eficaz para a população acima dos 65 anos.
Celso Cunha, virologista, explica que os anúncios feito pela OMS são suportados por informação que ficará ao acesso de todos e que "é obtida no terreno".
"A Organização Mundial de Saúde deve ter acesso aos testes que são feitos em vários locais do mundo, com as várias vacinas, e deve ter chegado a essa conclusão, provavelmente, juntando os dados de várias locais."
O virologista explica que apenas com os dados disponibilizados da Europa e os que foram fornecidos pela própria empresa fizeram com que se chegasse a conclusões diferentes das da OMS.
O Governo quer agora avançar para o alargamento da testagem à covid-19 e ter mais testes sem necessidade prescrição médica.
Quanto à testagem em grande escala, Celso Cunha diz ser "uma estratégia que foi preconizada desde o início da pandemia".
"É uma estratégia que tem vantagens, mas é preciso alguma cautela nalguns casos."
O virologista defende ser preciso cautela "porque os testes rápidos de diagnóstico (...) têm um número de falsos negativos e falsos positivos bastante superior aos testes de PCR convencionais".
"Foi muito bom finalmente se ter chegado à conclusão que é preciso testar em locais onde há atividade económica a decorrer, nomeadamente na construção civil e na indústria."
No entanto o virologista diz que o principal problema é a falta de estratégia global de combate à pandemia: "Desde o início do primeiro confinamento fomos sempre andando um bocadinho atrás".