Angela Merkel reconheceu hoje ter cometido "um erro" ao querer endurecer as restrições no fim de semana prolongado da Páscoa e confirmou que já não irá implementar as medidas que mereceram duras críticas de vários quadrantes.
"A ideia de uma paralisação na Páscoa foi elaborada com as melhores intenções, porque precisamos urgentemente de conseguir desacelerar e reverter a terceira onda da pandemia". "No entanto, a ideia (...) foi um erro. Havia boas razões para isso, mas não pode ser implementada bem o suficiente neste curto período de tempo".
"Um erro deve ser reconhecido como erro e, mais importante ainda, deve ser corrigido , se possível a tempo. Eu sei que esta proposta provocou mais incertezas, lamento profundamento e por isso peço perdão a todos os cidadãos", declarou a chanceler alemã no final de uma reunião de emergência com os dirigentes dos estados federais alemães.
"A situação é grave". Alemanha reforça confinamento
Merkel e os estados federados tinham ontem concordado em endurecer as restrições e a atividade económica entre 01 e 05 de abril, estendendo os feriados da Semana Santa.
No encontro, também ficou acertado estender todas as medidas contra a pandemia até ao dia 18 de abril e restringir os contactos de pessoas externas à uma habitação, medida que será flexibilizada durante os feriados, em que serão permitidos encontros entre cinco pessoas de duas residências diferentes, sem contar os menores de 14 anos.
Da mesma forma, foi acordado que o teste é obrigatório para as pessoas que ingressam no país, independentemente de serem provenientes de uma área considerada de risco ou não.

Críticas e dúvidas sobre o plano
As medidas acordadas eram um retrocesso na reabertura escalonada da vida pública face ao avanço da terceira vaga da pandemia e foram recebidas com muitas críticas devido às dúvidas sobre a sua implementação.
Os críticos vêm de dentro das fileiras do Governo. O Ministro do Interior, o conservador bávaro Horst Seehofer, disse estar "surpreso que, de todos os partidos, aqueles cujos nomes incluem um C (de cristão) sugiram que as igrejas se abstenham de celebrar os serviços, especialmente na Páscoa".
Organizações profissionais criticam os novos encerramentos de lojas, num contexto económico já bastante degradado, a ponto de 120 mil lojas estarem ameaçadas de fecho definitivo na Alemanha.
A chanceler deve comparecer hoje às 13:05 (12:05) na sessão de perguntas do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.
A situação da saúde continua preocupante, com uma taxa de incidência no país subindo hoje para 108,1, enquanto as 75 mil mortes foram ultrapassadas.
Mais de 2,7 milhões de mortos em todo o mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de cerca de 124.167.620 casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Os países mais atingindos continuam a ser os Estados Unidos, o Brasil, o México, a Índia e o Reino Unido.
A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Links úteis
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- ECDC - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças