Coronavírus

Covid-19. Bolsonaro usa Merkel como exemplo para criticar confinamento

Chanceler alemã recuou nas restrições na Páscoa.

Covid-19. Bolsonaro usa Merkel como exemplo para criticar confinamento
Joedson Alves

O Presidente do Brasil destacou o exemplo da chanceler alemã para renovar as críticas aos confinamentos e outras medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores para conter a covid-19.

"Fiquei surpreso esta semana com uma declaração de Angela Merkel, que cancelou um confinamento previsto para a Semana Santa, fez um 'mea culpa' e disse que foi um erro", disse Jair Bolsonaro, na quinta-feira, na habitual transmissão em vídeo na rede social Facebook.

Bolsonaro referia-se à decisão anunciada pela chanceler alemã, na quarta-feira, de cancelar a suspensão de atividades marcada entre a quinta-feira Santa e a segunda-feira de Páscoa, proibia concentrações públicas e obrigava a encerrar quase todo o comércio.

O chefe de Estado brasileiro, crítico de medidas de isolamento social, garantiu que "um jornal", que não citou, "escreveu que isso mostra uma capacidade de reflexão e que isso seria desejável para outros governantes do mundo".

O líder brasileiro declarou que, na semana passada, visitou uma comunidade pobre na periferia de Brasília e ouviu "histórias muito tristes", viu frigoríficos vazios e "pessoas forçadas a ficar em casa: "agora eles não ganham nada ou perderam os seus empregos".

"É uma situação bastante complicada, já que a comida está quase a acabar e isso se reflete em muitas comunidades afetadas por essa política do 'fique em casa', que já lançou muita gente na miséria", disse.

Bolsonaro não referiu o enorme aumento do número de mortes e casos da covid-19 registados nas últimas semanas no Brasil, que somou 303.462 mortes e mais de 12,3 milhões de infeções desde o início da pandemia, de acordo com os últimos dados oficiais.

Ainda assim, reiterou nos esforços do Governo para adquirir vacinas, embora tenha esclarecido que a morosidade do processo de imunização e a falta dos antídotos necessários não são um "problema exclusivo" do Brasil.

Bolsonaro deu o exemplo da UE ou o Japão, também atrasados nas campanhas de vacinação e sublinhou que o Brasil, ao contrário de muitos outros países, em "dois ou três meses" estará em condições de desenvolver plenamente uma vacina brasileira.

O chefe de Estado também reviu as medidas adotadas pelo Governo para garantir o fornecimento de material médico em falta nos hospitais para procedimentos de intubação de pacientes graves e negou que haja uma escassez generalizada, como denunciam alguns sindicatos médicos.

"Buscamos os consumíveis necessários e esperamos que agora sejam suficientes. Há uma corrida muito grande (...) e esperamos ter os necessários", disse.