Os setores mais afetados pela pandemia de covid-19 vão beneficiar de um prolongamento das moratórias.
A decisão foi avançada pelo ministro da Economia esta quarta-feira, no Parlamento, onde revelou que o Governo está a estudar a solução que deverá ser concretizada até setembro.
Pedro Siza Vieira adiantou que o modelo "deverá passar, designadamente, pela capacidade de o Estado poder garantir alguma parte do crédito que está sob moratória, para permitir estender os prazos de reembolso destes créditos e permitir, também, assegurar alguma carência".
De acordo com o ministro, o objetivo é "que as empresas não concentrem o seu 'cash flow' imediatamente no reembolso de dívidas".
Em causa estão as empresas dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19, como o alojamento, restauração, comércio a retalho e alguns segmentos da indústria transformadora.
"Aquilo que pensamos é que, para os setores mais afetados, temos de, em tempo útil, (antes do final de setembro, o mais cedo possível para as empresas se poderem preparar), dar um mecanismo que permita às empresas adequar os seus calendários de reembolso à sua previsão de atividade nos próximos tempos", afirmou o governante.
Considerando que "o ideal para as empresas destes setores mais afetados é poderem estender o prazo das suas dívidas" e "terem pelo menos 18 meses/dois anos de carência a partir do final das moratórias", o ministro da Economia disse que, "para esse efeito, o Estado deve estar disponível para garantir uma parte deste crédito assim prorrogado, para dar um incentivo, também, ao sistema bancário para poder melhor gerir esta situação".