Coronavírus

Montalegre e Odemira recuam no desconfinamento

Governo alerta para Rt acima de 1.

Montalegre e Odemira recuam no desconfinamento
ANTÓNIO COTRIM

Os concelhos de Montalegre e Odemira vão recuar no desconfinamento, avançou esta quinta-feira a ministra Mariana Vieira da Silva.

Mantêm-se nesta mesma fase - com as regras aplicadas em 19 de abril - os concelhos de Arganil e de Lamego, que não avançam no desconfinamento. Por outro lado, o concelho de Resende avança no desconfinamento com a generalidade dos municípios do continente.

Em situação de alerta estão agora 10 concelhos, cinco dos quais já o estavam na semana passada e outros cinco "entram de novo nesta lista": Albufeira, Castelo de Paiva, Fafe, Golegã, Lagoa, Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Tavira, Vila do Bispo e Vila Nova de Paiva.

Cinco concelhos que recuperaram - Alvaiázere, Melgaço, Resende, Torres Vedras, Vale de Cambra e Vila Nova de Poiares.

O Governo alerta para o Rt, que está acima de 1, considerando que é um "sinal de alerta".

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Todo o concelho de Odemira recua

Todo o concelho de Odemira, no distrito de Beja, recua para a terceira fase do plano de desconfinamento, por registar 287 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, afirmou hoje a ministra de Estado e da Presidência.

Mariana Vieira da Silva reiterou que, "finda a cerca sanitária, deixava de fazer sentido que existissem regras específicas" por freguesia, informando que "esta semana todo o concelho de Odemira se encontra na mesma situação", com o recuo para a fase de 19 de abril.

No final da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, a ministra lembrou que, relativamente ao concelho de Odemira, a semana passada foi dado um passo em frente nas regras a aplicar na freguesia de São Teotónio, "que era aquela que estava com dados antigos", o que resultou no avanço para a fase de 5 de abril.

"Odemira tem, neste momento, 287 casos por 100 mil habitantes e já teve cerca de 1.000 casos por 100 mil habitantes, portanto a situação do concelho, apesar deste recuo, é significativamente melhor do que era há um mês, o que acontece é que vamos subindo e descendo dos níveis que estão definidos e, neste momento, existe um valor superior a 240 casos por 100 mil habitantes", reforçou Mariana Viera da Silva.

Aumento de casos em Lisboa, mas Governo recusa relacionar com festa do Sporting

A ministra da Presidência confirmou esta quinta-feira o crescimento de casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, mas recusou relacionar esse aumento com os festejos da conquista do campeonato de futebol pelo Sporting.

"Nós vínhamos assistindo - já na semana passada era visível - a um crescimento do Rt [Índice de Transmissibilidade]. Não cabe ao Conselho de Ministros, nem a mim, comentar quais as razões para esse crescimento", afirmou Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.

Segundo a governante, ao executivo cabe identificar os locais onde este crescimento de casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 é "significativo e responder com medidas de saúde de pública", como o reforço dos testes de despiste da covid-19.

"Verificamos que existe um crescimento na região de Lisboa e Vale do Tejo e definiremos medidas em conformidade de aumento das testagens, incluindo testagens em escolas e em serviços públicos e recomendando a testagem em grandes empresas", disse Mariana Vieira da Silva, ao avançar que este trabalho já "está a ser feito".

Mais decisões sobre desconfinamento só após reunião de peritos

A ministra de Estado e da Presidência disse esta quinta-feira que novas decisões sobre a próxima fase do desconfinamento só serão tomadas depois de uma reunião de peritos, no Infarmed, que ainda não tem data prevista.

"Nós, enquanto tivermos que conviver com medidas restritivas teremos sempre que, no quadro da lei de proteção civil e da lei de saúde pública ter medidas especiais. Eu não consigo neste momento dar datas para as decisões, há questões de agenda que ainda precisam de ser vistas", disse Mariana Vieira da Silva, no final da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

De acordo com a ministra, o Governo não vai tomar "nenhuma decisão relativamente a uma nova fase de desconfinamento, em função daquilo que foi pedido aos peritos, sem que haja uma reunião do Infarmed", sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal.

"Não consigo dar datas agora, mas essa é a afirmação que quero deixar, não tomaremos nenhumas decisões de mudança sem que a reunião se possa verificar. As datas em que isso é possível, fazer a reunião e tomar as decisões, não consigo neste momento dizer porque ainda não foi encontrado um calendário possível para essas decisões", acrescentou.