Coronavírus

Covid-19. Governo da Venezuela inclui indígenas do Amazonas na vacinação

Na segunda fase do processo de vacinação contra a covid-19.

Indígenas da tribo Mura numa zona desflorestada em território indígena na floresta amazónica, no estado do Amazonas, Brasil.
Indígenas da tribo Mura numa zona desflorestada em território indígena na floresta amazónica, no estado do Amazonas, Brasil.
Ueslei Marcelino

A população indígena Yanomami, do Estado venezuelano do Amazonas, na fronteira com o Brasil, foi incluída pelo governo de Nicolás Maduro na segunda fase do processo de vacinação contra a covid-19, adiantou este domingo um portal de notícias pró-governamental.

Através de uma mensagem na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, enfatizou a "emoção" subjacente a esta iniciativa do executivo venezuelano e das autoridades de saúde.

"Um desafio logístico. Até às profundezas do estado do Amazonas, equipas do Ministério da Saúde, do Serviço Autónomo do Centro de Investigação e Controlo das Doenças Tropicais do Amazonas, agentes de saúde indígenas e das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas vacinam as comunidades Yanomami contra a covid-19", escreveu.

Desde 29 de maio, o governo de Caracas alargou os pontos de vacinação, aos quais, durante a primeira semana desta nova etapa, milhares de cidadãos vieram receber a sua dose. Embora a maioria tenha conseguido ser inoculada, uma parte regressou a casa sem ter sido vacinada, segundo a EFE.

O último relatório governamental sobre a evolução da pandemia, apresentado no sábado, indica que 240.714 pessoas foram infetadas com o novo coronavírus, das quais 221.108 já se recuperaram. No entanto, a doença provocada pelo SARS-CoV-2 já foi responsável pela morte de 2.708 cidadãos.

11% dos venezuelanos já foram vacinados

Em relação à vacinação, a vice-presidente executiva, Delcy Rodriguez, explicou que cerca de 11% dos venezuelanos já foram vacinados, ou seja, cerca de 3,3 milhões de pessoas. No entanto, a informação tornada pública pelo país anteriormente referia apenas 2,73 milhões de vacinas recebidas, desconhecendo-se quando terão chegado as restantes 570 mil doses em falta face ao número reportado por Delcy Rodriguez.

A Venezuela anunciou na última sexta-feira um acordo com a empresa farmacêutica russa Gerofarm para o envio de 10 milhões de doses da vacina EpiVacCorona, embora a data de chegada não tenha sido especificada.

Também pendente está o envio de mais de 11 milhões de unidades do sistema Covax, no qual, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a Venezuela devia 18 milhões de dólares para completar o pagamento correspondente, apesar de o governo ter dito que tinha feito o pagamento do montante em abril.

Depois de ter fixado a imunização da população em agosto, o prazo foi já adiado para setembro e, posteriormente, para outubro, até ter sido agora reconhecido pelo governo que apenas em dezembro conta ter 70% da população vacinada contra a covid-19.