Coronavírus

Guterres chama "Apartheid de viagens" ao fecho de fronteiras com países africanos

O secretário-geral da ONU defende que as pessoas de África "não podem ser responsabilizadas".

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António Guterres, secretário-geral da ONU, diz que o fecho de fronteiras a países africanos equivale a um regime de Apartheid de viagens.

“As pessoas de África não podem ser responsabilizadas pelos imoralmente baixos níveis de vacinação que lhes são disponibilizados. Nem devem ser coletivamente castigadas por identificarem e partilharem ciência fundamental e outras informações com o mundo”, disse o responsável pela ONU.

Guterres defendeu ainda que existem “instrumentos para viajar em segurança”, que devem ser usados “para evitar este tipo de – permitam-me dizê-lo – Apartheid de viagens”.

Mia Couto usou a mesma comparação

O escritor moçambicano Mia Couto classificou como "um novo apartheid" o fecho de fronteiras à África Austral imposto por vários países, após a descoberta da variante Ómicron do vírus da covid-19.

"Estes países que foram bloqueados, uma espécie de novo 'apartheid', viam a possibilidade de neste fim de ano, principalmente naquilo que é a indústria turística, terem algum outro alento, mas não vai suceder", lamenta, numa alusão ao regime de segregação racial que durante décadas vigorou na África do Sul.

Mia Couto falava ao lado de outro escritor, José Eduardo Agualusa, que inaugurou em Maputo a exposição de fotografia e poemas "O Mais Belo Fim Do Mundo" sobre a Ilha de Moçambique - atual morada de Agualusa.

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