Coronavírus

Entrevista SIC Notícias

Ómicron em Portugal: "Apagar o fogo antes que se alastre parece lógico"

Gustavo Carona considera que o esforço para travar a transmissão comunitária da nova variante "compensa".

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Portugal identificou 19 casos da variante Ómicron associados a um surto no Belenenses SAD. Entre os infetados há um médico que esteve de serviço no hospital Garcia de Orta, o que levou as autoridades de saúde a encerrar os serviços de urgência pediátrica e consultas externas de pediatria. Gustavo Carona, médico intensivista no hospital Pedro Hispano, defende que se deve “apagar o fogo antes que se alastre”

“Há uma certa desproporção [na decisão] que só pode ser explicada pela preocupação da variante Ómicron”, diz em entrevista à Edição da Noite da SIC Notícias. “O princípio de precaução – apagar o fogo antes que se alastre – parece lógico. Porque nós temos vindo a correr muitas vezes atrás do prejuízo”, acrescenta.

Na opinião do médico, “já vamos certamente atrasados” para evitar que a nova variante passe a ter transmissão comunitária. Para já a Direção-Geral de Saúde afirma que se trata de um surto. No entanto, Gustavo Carona considera que “o esforço compensa, para tentar que não venha a acontecer”.

Entre as poucas informações sobre a variante, o intensivista destaca que a Ómicron é uma variante mais transmissível e mais infecciosa do que as anteriormente identificadas, tornando-a “mais competitiva do que a delta”. Além disso, “parece que esta variante é bastante mais competente a reinfetar do que as anteriores”.

“A doença não parece ser mais grave do que a causada pela delta. Ainda assim, o facto de ser mais transmissível é preocupante na medida em que pode causar mais infeções, mais internamentos à proporção, mais pressão hospitalar”, remata.