O número um do ténis mundial, Novak Djokovic, tem “jogado de acordo com suas próprias regras” e colocou em risco a sua tentativa de conquistar o 21.º título de Grand Slam por não seguir os requisitos de vacinação da Austrália contra a covid-19, diz o número quatro do mundo, Stefanos Tsitsipas esta quinta-feira.
Djokovic foi incluído no sorteio do Open da Austrália na quinta-feira, embora haja incerteza sobre a sua participação, com o Governo ainda a decidir se irá ou não cancelar o visto do jogador pela segunda vez, devido a preocupações relativamente à sua isenção médica de vacinação.
“Ele está a jogar de acordo com as suas próprias regras e tem feito o que muitos jogadores não tiveram coragem de fazer, especialmente depois de a ATP anunciar certos critérios para os jogadores entrarem no país”, aponta o tenista grego Tsitsipas, ao canal de notícias WION.
Acrescenta que “ninguém realmente pensou que poderia vir para a Austrália sem estar vacinado e sem seguir os protocolos. É preciso muita ousadia e colocar o Grand Slam em risco, o que acho que muitos jogadores não fariam.”
Questionado se Djokovic deve defender o título em Melbourne na próxima semana, enquanto a saga relativa ao seu visto continua, Tsitsipas não tem dúvidas:
“Há duas maneiras de olhar para isto: uma é que quase todos os jogadores estão totalmente vacinados e seguiram os protocolos para jogar na Austrália”, contudo, ao tenista grego parece “que nem todos estão a seguir as regras, uma pequena minoria escolheu seguir o próprio caminho, o que faz a maioria parecer tola”.
Djokovic não é caso único
A ATP, que rege o ténis masculino, diz que 97 dos 100 melhores jogadores do sexo masculino estão vacinados.
O americano número 93 do mundo, Tennys Sandgren, referiu a repórteres no início deste mês que havia desistido do Open da Austrália devido à obrigatoriedade de vacinação, optando por não solicitar uma isenção médica.
A polémica em torno de Djokovic
O tenista, de 34 anos, cético em relação à vacinação contra a covid-19, gerou polémica quando anunciou que iria para Melbourne com uma isenção médica dos requisitos para os visitantes serem vacinados contra a covid-19.
A Polícia de Fronteiras Australiana disse que a isenção seria inválida, tendo o tenista sido mantido num hotel de detenção de imigrantes.
Contudo, um tribunal australiano acabou por permitir que Djokovic permanecesse no país, após alegar que as autoridades teriam sido “irracionais” durante o interrogatório de sete horas ao atleta.
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