O pico da quinta vaga de covid-19 em Portugal estava previsto acontecer entre 20 e 24 de janeiro. No entanto, as previsões falharam. O matemático Henrique Oliveira e o pneumologista Filipe Froes apontam alguns fatores que condicionaram as contas.
Henrique Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, aponta para os contágios nas escolas, que acabam por alastrar à restante família, e a campanha eleitoral para as eleições legislativas.
Sobre a campanha eleitoral, o especialista refere que está a ser uma campanha “muito participada”, com arruadas em todos os círculos, muitos candidatos e deputados, no “mês mais perigoso da pandemia”.
Em entrevista na SIC Notícias, Henrique Oliveira diz que, se tivesse opção de escolha, optaria por não realizar eleições “numa altura tão crítica”.
“As escolas são realmente um fator de risco. Já no ano passado foram responsáveis por milhares de casos. Este ano está-se a repetir o mesmo erro”, acrescenta o matemático.
Henrique Oliveira
Já o pneumologista Filipe Froes considera que as medidas foram mal antecipadas, salientando o início do período escolar.
“O vírus transmite-se muito nas crianças, esta variante transmite-se muito”, diz, acrescentando que a vacinação do grupo etário devia ter sido antecipada.
Filipe Froes
Saiba mais:
- Covid-19: mais de 4,2 milhões de vacinados com dose de reforço
- Covid-19: mortalidade aumentou quase 50% numa semana
- Vacina contra a covid-19 mostra forte eficácia contra casos graves de Ómicron
- Açores impõem isolamento a alunos positivos ou sem máscara e a contactos de alto risco
- Covid-19: visitas suspensas no Centro Hospitalar de Leiria entre 24 e 30 de janeiro
- Covid-19: Açores cria serviço online para registo de testes positivos
- Covid-19: Quase 42 mil pedidos de apoio à família relativos à última semana de dezembro