A subvariante BA.2 da Ómicron é mais transmissível do que a “original” BA.1 e tem mais capacidade de infetar pessoas vacinadas, segundo um estudo dinamarquês.
O estudo, que ainda não foi revisto pelos pares, analisou infeções por coronavírus em mais de 8.500 famílias dinamarquesas entre 20 de dezembro de 2021 e 11 de janeiro de 2022, com acompanhamento até 18 de janeiro, e descobriu que as pessoas infetadas com a subvariante BA.2 tinham aproximadamente 33% mais hipótese de contagiar outras pessoas, em comparação com as infetadas com a BA.1.
Atualmente, a subvariante BA.1 “original” é responsável por mais de 98% dos casos de Ómicron em todo o mundo, mas este seu “primo” BA.2 rapidamente se tornou a variante dominante na Dinamarca, destronando a BA.1 na segunda semana de janeiro e sendo responsável agora por cerca de 82% dos casos.
“Concluímos que a Ómicron BA.2 é substancialmente mais transmissível do que a BA.1 e consegue iludir o sistema imunitário o que reduz o efeito protetor da vacina”, indica a equipa de investigadores do Intituto Statens Serum (SSI), da Universidade de Copenhaga e da Universidade Técnica e de Estatística da Dinamarca.
“No caso de uma infeção por Ómicron BA.2 dentro de uma família, há 39% de probabilidade de um familiar ser infetado em sete dias”, disse o líder da equipa Frederik Plesner à agência Reuters. “Se tiver sido exposto à BA.1, a probabilidade é de 29%”, disse à Reuters o principal autor do estudo, Frederik Plesner.
Esta conclusão sugere que a BA.2 é cerca de 33% mais contagiosa do que a BA.1, acrescentou o cientista.
Mais capacidade de infetar pessoas vacinadas
O estudo demonstra também que a BA.2 é melhor do que BA.1 a infetar pessoas totalmente vacinadas e já com a dose de reforço.
No entanto, as vacinas têm desempenhado um papel importante, sublinha o estudo, uma vez que os indivíduos totalmente vacinados ou com a dose de reforço têm menos hipótese de serem infetados e de transmitir qualquer subvariante, em comparação com as pessoas não vacinadas.
A análise preliminar feita pelo SSI mostrou que não há diferença no risco de hospitalização seja por infeção pela BA.2 seja pela BA.1.
Subvariante dominante na Dinamarca
Já têm sido registados casos de infeção pela BA.2 nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Suécia e Noruega, mas numa extensão muito menor do que na Dinamarca, onde representa cerca de 82% dos casos.
A BA.2 foi detetada pela primeira vez na Dinamarca a 5 de dezembro de 2021. Contém cerca de 40 mutações em comparação com a primeira versão do Ómicron.
No final de dezembro já era responsável por por quase 20% dos casos na Dinamarca, duas semanas depois os números duplicaram (45%) e passaria a ser considerada dominante neste país em meados de janeiro, com mais de 80% dos casos.
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