Num momento em que a atividade pandémica parece estar a abrandar, os especialistas defendem um alívio das restrições. O fim da testagem massiva é uma das sugestões e começar já no próximo inverno a tratar a covid-19 como uma doença respiratória.
O vírus não vai desaparecer, mas com o país a caminhar para uma situação endémica é tempo de aligeirar medidas, como a testagem massiva.
“Em vez de estarmos a olhar pessoa a pessoa, pedir teste sempre que têm sintomas, obrigar a isolamento, [devemos] passar a fazer uma análise por amostragem das pessoas que recorrem aos serviços de saúde com sintomas”, refere Gustavo Tato Borges, da Associação Médicos Saúde Pública.
Também a exigência de certificados, o uso de máscaras ou o isolamento poderão passar a ser um recurso pontual.
“Não penso que se justifique continuar a impedir crianças de frequentar a escola durante sete dias por um teste positivo de alguém com quem coabitam”, acrescenta Miguel Prudêncio, do Instituto Medicina Molecular.
De forma gradual e prudente, consideram os especialistas ouvidos pela SIC, é possível um regresso a uma fase próxima da pré-pandemia e no qual a vacinação tem um papel importante.
“Até ao fim do mês de fevereiro, início de março, iremos assistir a este alívio progressivo das medidas para que a partir da primavera estejamos numa fase perfeitamente normal do nosso dia a dia”, prevê Gustavo Tato Borges.
Para Miguel Prudêncio, “mais importante do que definir uma data concreta é definir o calendário segundo o qual as restrições vão sendo levantadas e isso compete à DGS fazer” no sentido de dar à população uma “perspetiva daquilo que pode esperar nos próximos tempos”.
Planear o combate à infeção no futuro passará sempre por manter a monitorização da doença e a proteção das pessoas mais vulneráveis.
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