Coronavírus

Subvariante da Ómicron ganhou terreno mas atividade pandémica regista uma “tendência decrescente”

O impacto da pandemia é ainda “muito elevado”, nomeadamente na mortalidade, mas a tendência é agora “decrescente”.

Subvariante da Ómicron ganhou terreno mas atividade pandémica regista uma “tendência decrescente”

Num momento em que a atividade pandémica em Portugal ainda se mantém “muito elevada”, a tendência é agora “decrescente em todas as regiões”, destaca o relatório de monitorização das linhas vermelhas divulgado esta sexta-feira pela DGS e INSA. Outro dado de assinalar é o facto de a subavriante da Ómicron, a BA.2, ter registado esta semana um aumento da circulação.

A linhagem BA.1 da variante Omicron é dominante em Portugal, tendo registado uma frequência relativa acima de 90% nas últimas semanas“, porém,”tem vindo a decrescer gradualmente, em particular na última semana, estimando-se um valor de 83,8% à data de 10 de fevereiro”, lê-se no relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA).

Dados que sugerem, pode ler-se, que “esse decréscimo seja devido ao progressivo aumento de circulação da linhagem BA.2 da variante Ómicron“.

Outro dado preocupante é o facto de a mortalidade apresentar “uma tendência crescente”, correspondendo atualmente a “62,9 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes” – na semana passada estava abaixo deste valor (60,7).

Também a ocupação em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) aumentou ligeiramente, apesar de manter uma “tendência estável”. O número de pessoas internadas em UCI no Continente (…) corresponde “a 66% (na semana anterior foi de 61%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.

Mas nem tudo são más notícias. O relatório, divulgado esta sexta-feira, indica que o número de novas infeções continua a diminuir – tendo sido nos últimos 14 dias de 5.648 casos (na semana anterior eram 7.149) – e a tendência prevista pelas autoridades de saúde é que se mantenha “decrescente a nível nacional e em todas as regiões“.

O mesmo acontece com o Rt (índice de transmissibilidade) que é, neste momento, “inferior a 1 a nível nacional (0,88) e em todas as regiões, indicando uma tendência decrescente”.

A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência decrescente em todas as regiões“, ainda assim prevê-se para as próximas semanas que se mantenham ainda “elevados” quer a pressão nos serviços de saúde, quer o impacto na mortalidade”.

É por isso importante, sublinham DGS e INSA, “a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço”, até porque, reiteram, “os cidadãos com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a cinco vezes menor do que os cidadãos não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em novembro”.

[Já] os cidadãos com um esquema vacinal completo tiveram um risco de morte três a seis vezes menor do que os não vacinadas, entre o total de infetadas em dezembro. Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por COVID-19 para quase seis vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo“, lembram.

BA.2 aumenta, sobretudo no Norte, Algarve e Lisboa

Já no início desta semana, na habitual atualização feita pelo INSA sobre as variantes do SARS-CoV-2 em circulação no país, o instituto indicava que apesar de a Ómicron continuar a ser dominante, a sua subvariante, a BA.2, registava um aumento “atingindo cerca de 3%” dos novos casos no final do passado mês de janeiro.

Em termos regionais, especificou o INSA, “destaca-se a sua maior circulação no Norte, Algarve e Lisboa e Vale do Tejo”.

Efeitos da BA.2 saõ pouco conhecidos

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou recentemente que os especialistas estão a acompanhar a evolução de várias linhagens da Ómicron, incluindo a BA.2.

Esta linhagem está a registar uma crescente circulação em países como a Dinamarca e Índia, mas os dados disponíveis sobre a sua transmissibilidade e severidade ainda são escassos.

“Temos uma boa vigilância a nível mundial para entender as subvariantes da Ómicron. Estamos a trabalhar com milhares de especialistas de todo o mundo para rastrear este vírus e as suas linhagens, incluindo a BA.2, para percebermos melhor as alterações”, assegurou a epidemiologista Maria Van Kerkhove.

Porém, um estudo dinamarquês divulgado no início deste mês indicava que a BA.2 não só é mais transmissível do que a “original” BA.1, com tem mais capacidade de infetar pessoas vacinadas.

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