Na Áustria, uma médica defensora das vacinas contra a covid-19 foi encontrada morta em casa, em circunstâncias que ainda estão a ser investigadas. A mulher era perseguida por grupos negacionistas e teve mesmo de contratar seguranças privados.
Lisa-Maria Kellermayr era uma das médicas mais mediáticas, com presença assídua na televisão austríaca para responder, sobretudo, sobre assuntos relacionados com a pandemia. Nunca teve a pretensão de ser consensual: onde quer que fosse defendia a promoção das vacinas como a melhor forma para combater a covid-19 - uma posição que lhe custou vários inimigos.
Começou por ser violentamente atacada nas redes sociais, foi perseguida na própria clínica que dirigia e recebeu ameaças de morte por parte de ativistas antivacinas. Apresentou queixas e foi mesmo obrigada a contratar os serviços de seguranças privados, depois de recusado o pedido de proteção policial.
Aos 36 anos, foi encontrada morta em casa, em circunstâncias que ainda estão a ser investigadas. Ao lado do corpo estava uma carta que parece afastar a hipótese de homicídio.
Em Viena, centenas de pessoas juntaram-se no centro da cidade para a última homenagem.
O Presidente austríaco já lamentou a morte e as perseguições de que a médica austríaca foi vítima. Depositou também uma coroa de flores junto ao consultório onde esta trabalhava. Pediu entretanto o fim da intimidação e do medo e avisou que o ódio e a intolerância não têm lugar no país cuja taxa de vacinação contra a covid-19 é das mais baixas da Europa.