O Reino Unido aprovou uma nova vacina contra a covid-19 que combate duas variantes do novo coronavírus: além de visar a forma original do SARS-CoV-2, atinge a variante Ómicron, principal responsável pela onda de infeção no inverno passado.
Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular, explica o que é esta vacina combinada.
Esta vacina foi desenhada para a sublinhagem BA1 da variante Ómicron, que não é a dominante neste momento - a dominante é a variante BA 4/BA 5. Mas é uma vacina que tem já incorporada elementos que visam espoletar respostas imunitárias contra a variante Ómicron.
Mais vacinas são expectáveis
É expectável que continuem a acontecer alterações no vírus o que pode conduzir à necessidade de se fazerem vacinas adaptadas à novas variantes que vão surgindo.
Vacina original continua a ser importante
Mas mesmo a vacina atual - a original, que já tomámos -, continua a ser extremamente importante na medida em que tem uma eficácia muito significativa contra as formas mais graves da doença.
A vacina que está no mercado "não é tão eficaz a impedir o vírus de infetar as nossas células com a variante Ómicron como era a impedir a infeção com variantes anteriores", mas continua a ser extremamente eficaz em termos de proteção contra as formas mais graves da doença, sublinha o especialista.
A nova vacina vem dar um benefício incremental: aumenta a quantidade de anticorpos contra a variante Ómicron.
Como se irá comportar o vírus no inverno sem medidas restritivas neste momento?
Tendencialmente os vírus respiratórios são sazonais - no inverno há mais infeções respiratórias.
Não sabemos exatamente como este vírus se vai comportar mas sabemos que não vai desaparecer. Mas temos uma arma extraordinariamente eficaz que é a vacinação.
Miguel Prudêncio aconselha por isso a que a vacinação esteja sempre em dia.
Há a grande probabilidade de a vacinação contra o novo coronavírus ser sazonal e conjunta com o vírus da gripe.