As Nações Unidas acusam vários governos de terem planos para duplicar a extração de combustíveis fósseis, nos próximos anos, apesar das declarações de intenção para reduzir a emissão de gases poluentes e controlar as alterações climáticas.
A ONU diz que, assim, não vai ser possível cumprir a meta de travar o aumento da temperatura no planeta.
Para atingir as metas estabelecidas pelo acordo do clima, assinado em Paris em 2015, era preciso cortar, para mais de metade, a produção de carvão, gás natural e petróleo durante a próxima década.
Mas um estudo, publicado esta quarta-feira pelas Nações Unidas, diz que muitos países estão a preparar-se para fazerem exatamente o contrário.
Os planos de produção de vários governos, entre os quais a Austrália, a Rússia, a Arábia Saudita e os Estados Unidos, vão levar a um aumento de 240% da produção de carvão, 57% do petróleo e mais de 70% do gás natural em 2030.
Estes valores põem em causa a meta, já estabelecida, que previa uma redução da emissão de gases poluentes para travar o aumento da temperatura global e conter os efeitos das alterações climáticas.
Contrastam também com as intenções políticas demonstradas por muitos líderes, que continuam a garantir que estão empenhados em atingir a neutralidade carbónica nos próximos 20 a 30 anos.
Entretanto, e a pouco mais de uma semana da cimeira do clima, que se realiza em Glasgow, no fim do mês, o Kremlin fez saber que o Presidente russo, Vladimir Putin, não tenciona viajar para a Escócia para participar na reunião.
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