Crise Migratória na Europa

SOS Mediterranée quer regressar ao mar em 2019 após fim das missões do Aquarius

A Organização Não Governamental SOS Mediterranée, que na quinta-feira anunciou a suspensão das missões do navio humanitário Aquarius no Mediterrâneo, vai regressar ao mar em 2019 e está a analisar propostas de vários armadores.

SOS Mediterranée quer regressar ao mar em 2019 após fim das missões do Aquarius
Claude Paris

"Vamos regressar em breve, em 2019 (...) estamos em contacto com armadores e estamos a analisar algumas propostas", anunciou hoje o diretor de operações da SOS Mediterranée, Frédéric Penard durante uma conferência de imprensa em Paris, transmitida através da conta de Twitter da SOS Mediterranée.


O mesmo responsável adiantou ainda que a ONG está a "dialogar com vários Estados" para resolver a questão do pavilhão "e encontrar uma "solução robusta".


" Foi uma decisão difícil (pôr fim às missões do Aquarius) que tivemos de tomar para repensar as nossas operações e preparar um regresso ao mar o mais depressa possível", destacou Pénard.


A SOS Mediterranée e os seus parceiros Médicos sem Fronteira suspenderam as missões do Aquarius ao fim de 34 meses depois de "múltiplas manobras políticas" que visaram travar e a atuação dos navios de resgate humanitário no Mediterrâneo, refere a ONG num comunicado.

O navio foi privado do seu pavilhão por duas vezes (Gibraltar e Panamá) e estava bloqueado em Marselha, a pedido da justiça italiana, que solicitou o arresto por tratamento ilegal de resíduos, acusações que as ONG dizem ser "desproporcionadas e infundadas".

No início desta semana, os responsáveis do Aquarius ficaram também a saber que a Suíça não iria oferecer o seu pavilhão.

O navio que, segundo as ONG permitiu salvar a vida de 30 mil pessoas, tornou-se um símbolo dos resgates no Mediterrâneo central, considerada a rota migratória mais letal do mundo.

"Não podemos aceitar este entrave à nossa ação, sabendo que desde o início do ano mais de 2.100 pessoas se afogaram no Mediterrâneo", conclui a SOS Mediterranée.

Lusa