A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exorta, esta segunda-feira, os países da União Europeia a aprovarem novas sanções contra a Bielorrússia, pela utilização por Minsk da migração ilegal como arma política contra os Estados-membros.
"Exorto os Estados-membros a aprovarem de uma vez por todas o regime de sanções alargado contra as autoridades bielorrussas responsáveis por este ataque híbrido", aponta Ursula von der Leyen em comunicado.
A responsável pela Comissão Europeia acrescenta, citada pela agência EFE, que a UE "vai estudar em particular como sancionar, inclusive através de listas negras, companhias aéreas de terceiros países que participem ativamente no tráfico de pessoas".
Ursula von der Leyen anuncia, também, que a vice-presidente da Comissão, Margaritis Schinas, em coordenação com o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, viajará "nos próximos dias" aos principais países de origem e de trânsito "para garantir que estes agem de forma a prevenir que os próprios cidadãos caiam na armadilha preparada pelas autoridades bielorrussas".
Acrescenta que a Comissão Europeia "irá explorar com a ONU e as suas agências especializadas como prevenir o desenvolvimento de uma crise humanitária e garantir que os migrantes possam regressar em segurança aos seus países de origem, com o apoio das autoridades nacionais".
O comunicado de Ursula von der Leyen surgiu na sequência de uma conversa com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte e o primeiro-ministro letão, Arturs Krisjanis, para "expressar a solidariedade da UE e discutir com estes as medidas de apoio nos seus esforços para lidar com esta crise".
A chefe do executivo comunitário aponta que a Bielorrússia deve "deixar de colocar em risco a vida das pessoas" e que a instrumentalização de migrantes para fins políticos é "inaceitável".
"As autoridades bielorrussas devem compreender que pressionar a UE desta forma, através de uma instrumentalização cínica dos migrantes, não os ajudará a alcançar os seus objetivos", garante.
Durante meses, o regime do presidente bielorrusso Alexandr Lukashenko tem promovido uma "guerra híbrida" que resultou na entrada pela Lituânia, Letónia e Polónia de milhares de migrantes ilegais na UE, a maioria destes do Iraque.
Na segunda-feira as autoridades polacas alertaram, mais uma vez, para o facto de centenas de migrantes se terem dirigido para a fronteira, vindos da Bielorrússia.
"Informação muito perturbadora da fronteira: um grande grupo de migrantes reuniu-se na Bielorrússia, perto da fronteira com a Polónia. Acabaram de se dirigir para a fronteira da Polónia. Tentarão entrar na Polónia", escreve, na rede social Twitter, Stanislaw Zary, porta-voz do ministro coordenador dos serviços especiais, que divulga vídeos com centenas de migrantes que se deslocavam desde a Bielorrússia.
Na sexta-feira, a Lituânia começou a erguer o primeiro troço de uma barreira para impedir a chegada de migrantes que cruzam a fronteira com a Bielorrússia, depois de aterrarem em Minsk em voos de baixo custo e com vistos turísticos.