Crise Migratória na Europa

Tragédia no Mediterrâneo: embarcação naufragada teria entre 400 e 750 migrantes

O naufrágio de um barco de pescas com centenas de migrantes, ao largo da Grécia, é uma das maiores tragédias dos últimos anos. O número exato de migrantes a bordo não é conhecido. As autoridades resgataram 104 pessoas com vida.

Tragédia no Mediterrâneo: embarcação naufragada teria entre 400 e 750 migrantes
STELIOS MISINAS

Pelo menos 79 pessoas morreram afogadas na sequência de um naufrágio, que ocorreu ao largo da costa de Grécia, na madrugada desta quarta-feira. Centenas de pessoas estão desaparecidas nas águas do Mediterrâneo, podendo levar a um aumento do número de vítimas nos próximos dias.

Este é já um dos naufrágio mais trágicos dos últimos anos, o que levou as autoridades gregas a declararem três dias de luto nacional.

O número total de migrantes que tentava fazer a travessia do Mediterrâneo bordo de um barco de pesca ainda não é conhecido. A Alarm Phone, uma organização transeuropeia de resgate de migrantes, avança que estariam 750 pessoas na embarcação, enquanto a agência para as migrações das Nações Unidas fala em cerca de 400.

A Alarm Phone diz ter recebido um pedido de ajuda da embarcação, no final do dia de terça-feira, tendo informado as autoridades gregas, a agência de controlo de fronteiras da União Europeia e a agência para as migrações da ONU. Avança ainda que o capitão terá fugido num pequeno barco.

“Segundo os passageiros, estavam 750 pessoas no barco. As autoridades foram alertadas. O contacto foi perdido depois da meia noite. Nós agora ouvido relatos de um naufrágio e tememos que eles estivessem corretos”, publicou a organização transeuropeia no Twitter.

A Guarda Costeira da Grécia disse, em declarações à Mega TV, não saber quantas pessoa estavam a bordo, mas admite que o barco estava sobrelotado. Afirmam também que nenhuma das pessoas resgatadas das águas tinha equipamento de salva-vidas.

Reportam ainda que os agentes se aproximaram da embarcação, oferecendo ajuda, mas que os migrantes “recusaram assistência e manifestaram o seu desejo de continuar a viagem”.

Imagens aéreas divulgadas pela Guarda Costeira mostram que dezenas de pessoas no barco olhavam para cima com os braços no ar. Poucas horas depois do contacto, o barco perdeu o controlo e acabou por virar perto das 02:00 de quarta-feira.

Hellenic Coast Guard via AP

Várias equipas continuam as operações de busca nas águas do Mediterrâneo. Até ao meio dia de quarta-feira tinham sido resgatadas 104 pessoas, que foram transportadas para o porto de Kalamata, perto da cidade grega de Pylos. Desses, 73 foram transportados para o hospital e os restantes foram abrigados num armazém.

Em declarações à Mega TV, o autarca de Kalamata, Thanasis Vassilopoulos, mostrou-se preocupado por não ver mais resgatados chegarem à cidade.

"Ontem [quarta-feira] houve um grande movimento, uma cooperação das agências. Nunca tínhamos visto tantas ambulâncias em Kalamata antes. No fim, infelizmente, não foi necessário, porque temos informações que cerca de 700 pessoas estavam no barco de pesca, mas apenas 104 saíram. Desde então não vimos ninguém ser resgatado e isso nos preocupa.”

Apesar das autoridades gregas não terem confirmado o ponto de partida da embarcação, a televisão estatal grega ERT avança que o barco terá saído da Líbia, da cidade de Tobruk.

STELIOS MISINAS

A Grécia é uma das principais portas de entrada na Europa para migrantes que tentam fugir do norte de África, Médio Oriente e Ásia. Segundo dados da ONU, este ano já chegaram à Europa pelo mediterrâneo perto de 72.000 migrantes. Itália e Grécia são os principais países a receber os migrantes.