Crise Migratória na Europa

Caos no Mediterrâneo acaba com quatro migrantes mortos

Uma embarcação com migrantes foi intercetada pela Guarda Costeira tunisina. Nesse momento, um grupo de indivíduos tentou tomar o controlo da embarcação da corporação. Quatro pessoas morreram.

Caos no Mediterrâneo acaba com quatro migrantes mortos
Petros Karadjias

Pelo menos quatro pessoas morreram quando um barco que transportava imigrantes foi intercetado no Mediterrâneo pela Guarda Costeira tunisina, momento em que um grupo de indivíduos tentou tomar o controlo da embarcação da corporação, disse esta quinta-feira um porta-voz militar.

Após a tentativa, a Guarda Costeira chamou reforços do exército, que puseram termo, mais tarde, à ação, disse à agência noticiosa espanhola EFE o porta-voz da corporação, Houcem Edin Jebabli.

Das 176 pessoas a bordo, cerca de 20 são cidadãos tunisinos que foram detidos pelas forças de segurança por alegado envolvimento no ataque. As restantes são de várias nacionalidades da África subsariana.

O caso foi imediatamente transferido para a brigada antiterrorista da capital, acrescentou o porta-voz.

Além disso, oito feridos foram levados para o hospital regional devido a uma insolação, um dos quais um bebé de dois meses, e outro teve de ser submetido a uma cirurgia de urgência devido a um ferimento no braço, informou uma fonte médica local.

De acordo com as imagens a que a EFE teve acesso, assim que a guarda costeira recuperou o controlo da embarcação, esta foi escoltada por dois helicópteros e meia dúzia de embarcações policiais até ao porto, enquanto uma dúzia de pessoas era algemada e imobilizada em terra sob a supervisão de vários militares.

Testemunhas de operações de interceção explicaram à EFE que os guardas costeiros efetuam muitas vezes manobras "violentas" ou retiram o motor à força para paralisar a embarcação, o que conduz a acidentes mais graves.

Dos 70.000 migrantes que chegaram este ano à costa italiana, 37.700 vieram da Tunísia, enquanto a guarda costeira tunisina intercetou mais de 23.000 pessoas que tentavam atravessar o Mediterrâneo central, a rota de migração mais mortífera conhecida, de acordo com o último relatório da Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).