Crise Migratória na Europa

Crise migratória intensifica-se e atinge máximos diários

O número crescente de refugiados fez com que em abril o governo italiano tenha declarado o estado de emergência por seis meses, mas a ilha italiana não está a conseguir dar mão aos pedidos de ajuda.

Migrantes na ilha de Lampedusa
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Na Europa, a crise migratória na ilha italiana de Lampedusa está a agravar-se, tendo esta semana chegado, num só dia, cerca de 6 mil pessoas. Os centros de acolhimento não conseguem albergar os milhares de migrantes que chegam diariamente.

O centro de acolhimento tem capacidade apenas para 400 pessoas, mas já recebeu milhares de migrantes nos últimos meses.

“Estão à espera de uma ambulância, estão à espera que a Cruz Vermelha e a Polícia lhes deem água”, afirma a ex-presidente da Câmara de Lampedusa, Giusi Nicolini.

A esperança de começar uma vida melhor leva a que várias pessoas arrisquem, diariamente, a vida para chegar a esta ilha italiana.

“Estive dois dias no mar. Não foi nada fácil. Foi difícil . É mesmo muito difícil”, conta Bangoura, um migrante da Guiné Conarky.

“Apanhei um voo para a Tunísia e da Tunísia vim para Itália. Em Lampedusa receberam-nos bem, deram-nos comida. Vieram pessoas para tirar fotografias. Itália é um bom sítio e recebeu-nos bem”, acrescenta.

O desafio para as autoridades locais torna-se cada vez maior, tendo em conta que o número de migrantes que chegam à ilha de Lampedusa está a aumentar de dia para dia.

Apenas na madrugada de terça para quarta-feira, chegaram em menos de 24 horas cerca de 6 mil migrantes a Lampedusa, o equivalente à população da ilha italiana.

A França, um dos países vizinhos, já informou que vai reforçar o controlo das fronteiras com Itália e a Alemanha, após ter dito que não vai receber mais migrantes vindos de território italiano.

Guterres pede “solidariedade europeia”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pede solidariedade aos restantes países da União Europeia no acolhimento de migrantes.

“É essencial ter solidariedade europeia. É fundamental que haja a assunção de uma responsabilidade europeia, porque o esforço não pode ser feito apenas nos países que estão nas fronteiras da Europa", defende António Guterres.

"Os esforços devem ser partilhados por todos os países europeus”, acrescenta.

Migrantes nos Estados Unidos

Também os Estados Unidos lidam atualmente com um novo crescimento do número de migrantes, na fronteira com o México.

Estes migrantes, por não estarem a conseguir pedir eletronicamente asilo em território americano, têm-se agrupado junto ao muro que separa os dois países, na esperança de que possam ser detidos pela guarda americana, e assim, mais rapidamente, possam pedir asilo aos Estados Unidos.