A chefe do Governo italiano, Giorgia Meloni, diz que não vai permitir que o país se torne num campo de refugiados e exige que o resto do mundo e, sobretudo, a União Europeia assumam parte da responsabilidade. Só na semana passada mais de 10.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo e desembarcaram na ilha italiana de Lampedusa.
Milhares de pessoas continuam em Lampedusa, à espera da transferência para outras cidades italianas. Muitas outras já foram levadas para várias regiões, onde vão ficar a aguardar para saberem se têm, ou não, direito ao visto.
Os desembarques continuam na ilha italiana, mas muito menos do que na semana passada quando chegaram mais de 10.000 migrantes.
A chefe do Governo de Roma, em Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, voltou a ser muito clara sobre esta crise migratória.
“Em primeiro lugar, não permitirei que a Itália se transforme no campo de refugiados da Europa e, em segundo lugar, mesmo que houvesse pessoas no Governo com uma visão pró-imigração, como os Governos anteriores, o problema em Itália não irá parar. Por isso, a única maneira é declarar guerra aos traficantes, e isso deve ser feito com todo o apoio do sistema multilateral, com a vontade de todas as nações que não aceitam ser chantageadas por organizações criminosas”, proferiu Meloni.
França não está disposta a receber migrantes de Lampedusa
Entretanto, Portugal já se mostrou disponível para para acolher alguns migrantes que estão em Lampedusa, e já comunicou essa possibilidade ao Governo italiano. Pelo contrário, as autoridades francesas, não estão dispostas a isso.
“França não vai receber migrantes de Lampedusa. A França quer adotar uma posição firme. Há uma imigração irregular na Europa, em França e em Itália, que deve ser combatida e não é acolhendo mais pessoas que vamos secar um fluxo que, obviamente, afeta a nossa capacidade de integração”, declarou Gerald Darmanin, ministro dos Assuntos Internos franceses.
Mesmo assim, Paris garante toda a colaboração com Roma, se for preciso, para ajudar nas operações de repatriamento dos migrantes que estão em Lampedusa.
UE procura soluções há vários anos
Os 27 Estados-membros estão a tentar criar um novo pacto para as migrações, antes das eleições para o Parlamento Europeu, a 9 de junho do ano que vem.
Mas o tema é um dos mais controversos na União Europeia e há anos que que os parceiros estão num impasse e não conseguem chegar a um acordo.