Crise Migratória na Europa

Correspondente SIC

Migrantes continuam a tentar atravessar o canal da Mancha, travessias ilegais têm acelerado este ano

Nada parece travar os migrantes que querem atravessar o canal da Mancha de França para Inglaterra. Apesar da tragédia de terça-feira, em que uma embarcação sobrelotada naufragou e 12 pessoas morreram, na manhã desta quarta-feira foram vistos mais migrantes a entrar no mar perante a impotência das autoridades francesas.

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As autoridades correram, mas já não chegaram a tempo. Um grupo de migrantes conseguiu entrar no mar e a partir daqui a polícia francesa já não pode legalmente intervir.

A pequena e instável embarcação de borracha saiu da localidade francesa de Wimereux em direção à costa britânica, a 40 km daqui. A guarda costeira francesa vigiou o percurso dos migrantes, como faz habitualmente sempre que são detetadas travessias na Mancha, para evitar novos dramas. 

A autarquia de Calais, onde se concentram, há anos, grande parte dos acampamentos de migrantes pede mais esforço no desmantelamento das redes de traficantes que ganham muito dinheiro ao venderem estas embarcações frágeis para as travessias ilegais até Inglaterra.

“A organização de traficantes está sediada aqui em Calais para depois os enviar para todo o litoral e, a partir daí, se não houver forças policiais suplementares, não conseguimos travá-los”, explica Natacha Bouchard, presidente da câmara de Calais. 

Os alertas sucedem-se a cada tragédia, mas o número de travessia ilegais é cada vez maior. Temem-se novos dramas como o desta terça-feira, dia mais mortífero do ano no Canal da Mancha em que 12 migrantes perderam a vida, entre os quais 6 crianças e uma mulher grávida.

Estavam a bordo de uma embarcação de borracha instável mais de 60 pessoas e nem 8 tinham colete salva vidas.