Os interrogatórios aos cinco detidos no âmbito da Operação Influencer devem terminar durante a noite deste sábado, dado que falta apenas concluir o interrogatório a Diogo Lacerda Machado.
O interrogatório a Afonso Salema terminou ao final da manhã de sábado. É um dos suspeitos de corrupção e tráfico de influências junto de membros do Governo para obter decisões favoráveis na construção do centro de dados em Sines. Em declarações aos jornalistas, no final do interrogatório, o seu advogado não descartou a aplicação da medida de coação mais gravosa.
Afonso Salema, diretor-executivo da Start Campus, uma empresa central na investigação da Operação Influencer, anunciou que vai renunciar ao cargo depois dos interrogatórios.
Vitor Escária teve de explicar origem do dinheiro
Ainda ao início da tarde deste sábado, o juiz de intrusão interrogou Vítor Escária, ex-chefe do gabinete do primeiro-ministro. O quarto detido a ser ouvido teve de explicar por que razão decidiu guardar cerca de 76.000 euros em pastas no meio de livros dentro do gabinete de trabalho, na residência oficial do primeiro-ministro.
A defesa diz que o dinheiro não é uma substância ilícita e que, apesar de ter sido encontrado em São Bento, nada tem a ver com a função que desempenhava.
Ao final da tarde, foi interrogado Diogo Lacerda Machado, advogado e amigo pessoal do primeiro-ministro. Uma das questões centrais é saber se serviu de intermediário entre a empresa Start Campus e membros do Governo. A defesa garante que o cliente ainda não falou com António Costa.
No domingo, o juiz vai ouvir o Ministério Público e os advogados de defesa. As medidas de coação vão ser conhecidas no final das audições e, para já, cinco arguidos continuam detidos.