A porta-voz do PAN defendeu hoje a realização das eleições antecipadas em 18 de maio para que os partidos tenham tempo de se organizar internamente, um apelo ao qual diz que o Presidente da Republica foi sensível.

"O PAN apelou ao senhor Presidente da República que desse tempo aos partidos para poderem organizar os seus processos de auscultação interna para estas eleições, do mesmo modo em que tivemos nas últimas eleições essa oportunidade que foi dada aos principais partidos do sistema para se poderem organizar internamente", disse Inês de Sousa Real, que liderou a última comitiva recebida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo de todo o dia em Belém.

Martim Silva, da SIC, acredita que é “normal” que o PSD faça “malabarismos” e que é “legítimo” que tenha tentado “passar uma rasteira” ao PS, para ver se este “escorregava na casca de banana”. 

“O que se passou ontem é o culminar de um mês de crise. É a cena final de um filme”, afirma. 

Apesar de, no Parlamento, admite, se terem “excedido os limites” daquilo a que os portugueses estão habituados, Martim Silva nota que, esta quarta-feira, após a audiência no Palácio e Belém, a postura de Luís Montenegro foi já diferente. “Com um discurso bastante sereno”, tranquilizando o país em relação às contas públicas e à aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência.

Adriana Cardoso considera que Luís Montenegro tem muito medo da comissão parlamentar de inquérito e que é por isso que o país está a ir para eleições. 

A comentadora SIC fala num “número” feito pelo PSD no hemiciclo, durante o debate da moção de confiança apresentada pelo Governo. “Tentou transparecer para os portugueses que fez tudo para não ir a eleições”, repara Adriana Cardoso, afirmando que Luís Montenegro “está a contar que os portugueses penalizem mais o PS pela instabilidade política”. 

A comentadora chama ainda a atenção para algo que diz ser “inédito” na Assembleia da República: o pedido para a redução do prazo da comissão parlamentar de inquérito requerida pelo PS. 

“Não acho normal que se considere que o Governo, um primeiro-ministro e o PSD, na pessoa de Hugo Soares, achem minimamente aceitável que uma comissão parlamentar de inquérito fosse delimitada pelo tempo que eles consideravam”, declara Adriana Cardoso.  

“Isto fica mesmo muito mal”, atira, concluindo que o líder parlamentar do PSD tentou passar “um atestado de imbecilidade aos portugueses”. 

Nuno Ramos de Almeida considera que a campanha eleitoral vai ser “extremamente restritiva” a nível de temáticas. O comentador SIC receia que tudo se resume às polémicas que envolvem a empresa familiar de Luís Montenegro. 

“A discussão vai centrar-se na honestidade ou desonestidade dos políticos”, antevê, em vez de nos programas e propostas dos partidos.