O cenário de eleições antecipadas sempre foi o mais provável para o Presidente da República. Já o tinha dito poucas horas depois de o Governo anunciar que ia apresentar a moção de confiança.
"Rejeitada moção de confiança, naturalmente que imediatamente convocarei partidos políticos. Se possível para dia seguinte e o Conselho de Estado para dois dias depois. No caso eventual de haver eleições é entre 11 e 18 de maio", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
E estava certo. O Parlamento chumbou a moção de confiança, o Governo caiu e agora o tempo é o do Presidente da República, que quer as incertezas reduzidas ao mínimo.
O que vai acontecer nos próximos dias?
Nas próximas horas de Belém vai ser emitido um decreto presidencial para formalizar a demissão de todo o Governo que cai de uma assentada - menos de um ano depois de tomar posse.
O Governo entra oficialmente em gestão e fica limitado nos poderes. Legislar só em casos urgentes ou inadiáveis. Um Governo de mãos atadas, enquanto o mundo segue na instabilidade - guerra na Ucrânia, guerra no Médio Oriente e sinais de perturbações a que Portugal não será indiferente.
Por isso para minimizar incertezas, no calendário do Presidente da República já estão as data para receber os partidos em Belém e o Conselho de Estado. Tudo para acontecer nos próximos dias.
Só depois de ouvir partidos e conselheiros, Marcelo Rebelo de Sousa pode avançar com a dissolução do Parlamento e assim abrir caminho para as eleições que têm de acontecer 55 dias depois da bomba atómica.
Algo que acontecerá, ao que tudo indica, em maio tal como o Presidente da República já tinha anunciado.