Crise Política

Análise

"Montenegro pode vencer as eleições mas vai continuar frito em lume brando enquanto for primeiro-ministro"

José Gomes Ferreira, da SIC, refere que o primeiro-ministro até pode ganhar novamente as eleições mas este caso irá persegui-lo até deixar de ser exercer este cargo governativo.

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Luís Montenegro considerou que "não faz sentido" ponderar retirar a moção de censura que irá a votos na terça-feira e voltou a assegurar que só será primeiro-ministro se vencer eventuais eleições legislativas antecipadas.

Quanto à proposta dos socialistas para a criação de uma comissão de inquérito obrigatória para avaliar se o primeiro-ministro cumpriu todas as obrigações declarativas e de exclusividade, Montenegro disse estar "preparadíssimo" para a enfrentar, ainda que a sua família seja afetada por ela.

José Gomes Ferreira, da SIC, refere que o chefe do Governo pode ser compreendido pela maioria dos portugueses que vão votar e que até pode ganhar novamente as eleições mas este caso irá persegui-lo até deixar de ser primeiro-ministro.

"Luís Montenegro até pode ser entendido pela maioria dos portugueses que vão votar como ele tinha direito a ter uma empresa, quis proteger o futuro dos filhos, não cometeu nenhum crime apesar de ter ficado na fronteira da ética e da moralidade. Pode haver esse julgamento e ele até pode ganhar mas vai continuar 'frito em lume brando', o tempo que for primeiro-ministro", afirmou.

O que está em causa?

Na semana passada, o voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.

Se a moção, que é debatida e votada esta terça-feira, for rejeitada Parlamento, o Presidente da República convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.