A previsão de crescimento da economia portuguesa, para este ano, foi mais que duplicada pela Comissão Europeia.
Em fevereiro Bruxelas apontava que o Produto Interno Bruto português cresceria 1% este ano, mas esta segunda-feira publicou as projeções da primavera, prevendo que o PIB avance 2,4%.
O Governo português continua a ser mais pessimista nas suas previsões, já que no Programa de Estabilidade, de abril, aposta num crescimento de 1,8%.
Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional é mais otimista, apostando em 2,6%.
Mas qual é a razão para esta revisão em alta do crescimento económico nacional?
Bruxelas destaca o turismo como principal razão, ainda que a procura interna “permaneça fraca”.
Se as previsões forem confirmadas, Portugal irá crescer mais do dobro da zona euro e do conjunto dos 27 estados-membros da União Europeia.
Do outro lado da balança, as previsões do défice. Bruxelas aponta para apenas 0,1%, enquanto o Ministério das Finanças projetou 0,4%.
Prevê-se que a despesa pública continue a expandir, embora a um ritmo inferior ao das receitas e que o investimento publico aumente à boleia do Plano de Recuperação e Resiliência e outros programas europeus.
Paolo Gentiloni, o comissário europeu com a pasta de economia, disse que “o saldo orçamental previsto para Portugal é melhor do que o de outros Estados- membros".
Mas no meio das boas notícias das contas do país, as análises de Bruxelas mostram um declínio do poder de compra das famílias portuguesas em comparação com a evolução do poder de compra noutros países.
Considerando o PIB per capita, Portugal deverá este ano cair para a posição 22 entre os 27 Estados-membros, sendo ultrapassado pela Roménia. O PIB per capita português este ano deve ficar em 78,6% da média europeia, ao passo que o da Roménia chegará a 79,2%.
Os salários não subiram o suficiente para cobrir a inflação e, por isso, Gentiloni deixa o aviso de que “é preciso evitar um crescimento dos salários que alimente uma espiral inflacionista”.
As previsões de Bruxelas para a inflação, estão em linha com o Governo: ficará nos 5,1% em 2023.