Economia dia a dia

Quatro dias de trabalho, maior motivação e rentabilidade?

Esta terça-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos do projeto-piloto do Governo, 'Semana de Quatro Dias", que entrou oficialmente em vigor esta segunda-feira

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De um lado quem defende que ter mais um dia de descanso aumenta a produtividade e a motivação dos trabalhadores. Do outro lado, quem quer manter os já habituais 5 dias de trabalho e 2 de descanso.

O Governo decidiu tirar as teimas colocando em prática um projeto-piloto.

Depois de limados os pormenores, esta segunda-feira, algumas das 39 empresas privadas, que se inscreveram, começaram oficialmente a trabalhar menos um dia por semana, seja a sexta ou qualquer outro dia até final de novembro.

Ao todo, vão ser 1000 trabalhadores nacionais a experimentar esta semana mais curta. Os projetos-piloto levados a cabo por vários países europeus, têm sido elogiados pelo impacto positivo na produtividade dos trabalhadores e, por consequência, nas próprias empresas.

São vários os pontos positivos destacados, para além dos bons resultados empresariais e económicos. Quem já experimentou este novo método de trabalho, diz sentir-se mais motivado, consegue conciliar melhor a vida profissional e familiar. E sente melhorias na saúde mental e física.

As regras são simples, o horário de trabalho é efetivamente reduzido, já que as horas do quinto dia não devem ser distribuídas pelos restantes. Quanto ao salário, não pode ser reduzido, ao abrigo deste projeto-piloto.

Mas a experiência arrancou com uma adesão muito diferente do que aquela que foi inicialmente comunicada pelo Ministério do Trabalho. A ideia inicial era um universo de 46 empresas a participar no projeto, com cerca de 20 mil trabalhadores envolvidos. E, como já dissemos neste episódio, a realidade fixou-se em 39 empresas e apenas 1000 trabalhadores.

Isto porque pode ser escolhido um grupo de profissionais ou departamento específicos para a experiência.

Ao Expresso, Pedro Gomes, o coordenador do projeto, disse que “muito mais importante que o número de empresas, é a diversidade de setores.”

Entre a lista, está uma creche, um centro social, um centro de investigação, um banco de células estaminais, o setor social, indústria e comércio.

Nem todas têm os planos em prática, umas começaram mais cedo, outras esta segunda-feira e o último grupo deverá começar no segundo semestre de 2023 ou início de 2024, por decisão própria.

Mas tal como dissemos, esta experiência é restrita a empresas privadas. Pelo menos para já. O Governo não afastou a hipótese de a alargar à Administração Pública, mas a decisão está nas mãos do Ministério da Presidência e dependerá dos resultados dos estudos aplicados à experiência.

O coordenador do projeto disse ainda que mais nenhuma empresa entrará nesta “leva”, mas oferece o apoio necessário caso as empresas queiram desenvolver a experiência de forma autónoma.