
Uma das personagens principais da economia europeia voltou a Portugal com destino a Sintra, a vila da história, das cores e do clima bucólico. Christine Lagarde volta a Portugal para o Fórum do Banco Central Europeu, ao qual preside, e traz consigo vários governantes de bancos centrais, académicos e decisores políticos.
O encontro anual do Banco Central Europeu tem como tema principal a inflação. Já que foi, e continua a ser, um dos grandes temas que marca o estado económico europeu, não é fácil fugir ao facto de ser assunto central do encontro.
Ainda que o terreno esteja mais firme do que no ano passado, quando as taxas de inflação alcançaram recordes, continuam muito acima do desejado e a ser descritas como bastante voláteis.
Depois do pico de 10% alcançado em outubro, em maio, a inflação portuguesa ficou nos 4%, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
No nosso país vizinho, Espanha, a taxa de inflação em maio fixou-se nos 3,2%.
Do outro lado do globo, na China, foi registada a taxa de inflação mais baixa do mundo: 0,2% em maio.
E nos Estados Unidos da América também houve um recuo na inflação, que se fixou em 4% no mês passado.
Estes valores e muitos outros vão ser discutidos entre esta segunda e quarta-feira.
Os planos para o primeiro dia prendem-se com uma abertura do fórum num jantar que contará com as boas-vindas da Presidente do Banco Central Europeu e com o discurso de Gita Gopinath, vice-diretora do Fundo Monetário Internacional.
Os dois dias seguintes, serão de debate e discussão acerca da política monetária.
O objetivo é trocar diferentes pontos de vista relativos ao atual estado da economia e chegar, também, a algumas medidas específicas que melhorem a saúde da economia do velho continente.
Este fórum junta os banqueiros centrais do BCE, Reserva Federal Norte americana, Banco do Japão e Banco de Inglaterra que se irão juntar no último painel do Fórum.
Um dos temas será certamente a subida dos juros pelo mundo fora, uma das respostas à escalada da inflação.
O seu abrandamento retirou alguma pressão aos bancos centrais para aumentos acentuados das taxas de juro e, por isso, o BCE voltou a subir os juros este mês, mas a um ritmo moderando, optando por somar apenas 25 pontos-base.
O que significa que a taxa diretora subiu para 4% e a taxa de remuneração dos depósitos para 3,5%.
Já a Fed e o Banco do Japão decidiram manter as taxas inalteradas. E o banco de Inglaterra, optou por uma subida de 50 pontos-base.
Resta-nos esperar pelas conclusões dos banqueiros que usam a vila romântica de Portugal para pensar a economia.