
Há cerca de um ano o mercado global dos combustíveis enfrentava uma elevada pressão, devido à guerra na Ucrânia e às sanções à Rússia.
Depois de noticiadas várias oscilações de preços, acabaram por registar uma queda acentuada nos últimos meses do ano passado.
Agora, depois de alguma estabilidade, os preços voltaram a subir nas últimas semanas. E esta segunda-feira a gasolina registou o preço mais alto dos últimos oito meses e o gasóleo está num máximo de cinco meses.
Na prática, tanto o gasóleo como a gasolina dispararam cerca de sete cêntimos por litro. Mas ainda é preciso somar o agravamento de cerca de dois cêntimos da taxa de carbono, esta por decisão do Governo.
Portanto, contas feitas, a partir desta segunda-feira deverá pagar mais de €1,6 por cada litro de gasóleo e mais de €1,8 por cada litro de gasolina.
Ainda assim, os dados da Comissão Europeia indicam que Portugal tinha na semana passada valores abaixo da média europeia.
Mas afinal, como funcionam estas subidas e descidas de preços nos combustíveis?
Tudo depende do valor do Brent, o petróleo de referência no mercado europeu, e das cotações internacionais dos refinados, como o gasóleo e a gasolina. Ainda é adicionado o preço do transporte, descarga, armazenamento e os já conhecidos impostos: o IVA e o imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos.
Nos últimos meses, o principal culpado da escalada dos preços tem sido o aumento das cotações nos mercados internacionais, que resultaram da decisão dos grandes produtores de petróleo de restringir os seus volumes de produção.
A oferta não está a acompanhar totalmente a procura, o que faz as cotações do petróleo e dos refinados subir.
Por isso, para que os preços voltem a estabilizar é preciso equilibrar a oferta e a procura.
Para encontrar os preços mais baratos recorra ao portal de preços dos combustíveis da Direção-geral de Energia e Geologia, que faz a comparação de preços entre mais de 2 mil postos de abastecimento por todo o país.
Os preços dos combustíveis sobem no mesmo dia em que o Instituto Nacional de Estatística aponta para um abrandamento da inflação em Portugal.
A estimativa rápida do INE fixa a taxa de inflação de julho em 3,1%, a nona redução consecutiva. São menos três décimas do que a inflação registada em junho.
A justificação está em parte na queda dos preços dos bens alimentares e das bebidas não alcoólicas.
Na zona euro a inflação em julho foi estimada pelo Eurostat em 5,3%, menos duas décimas do que no mês anterior.
Também esta segunda-feira, ficámos a saber como evoluiu a economia portuguesa no segundo trimestre: o Produto Interno Bruto cresceu 2,3% em termos homólogos, um valor abaixo das expectativas dos economistas. E em comparação com o primeiro trimestre a economia estagnou, mostra a estimativa do INE.