Economia dia a dia

Saiba, em menos de dois minutos, porque é que os bancos estão a lucrar mais

Esta terça-feira, na rubrica Economia dia a dia, explicamos como é que os ganhos dos bancos com juros já ultrapassaram todas as receitas que tinham há um ano

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Os bancos têm saído a ganhar na primeira metade do ano. O seu negócio gira à volta dos juros e é através deles que têm somado lucros mais altos do que tinham no ano passado.

Simplificando: os bancos recebem dinheiro dos créditos concedidos. Por outro lado, pagam nos depósitos. E a diferença entre o que pagam e o que cobram é a margem financeira.

No conjunto dos cinco maiores bancos em Portugal, a margem financeira no primeiro semestre superou o produto bancário alcançado no mesmo período do ano passado. Agora, só com as diferenças de juros a banca está a ganhar mais do que todas as receitas que tinha há um ano.

E o que é que mudou para estes resultados serem tão diferentes do ano passado?

As taxas de juro de referência não param de subir, estando agora nos 4,25%. Ou seja, p ara combater a inflação o Banco Central Europeu tem vindo a subir consecutivamente a taxa de juro de referência, que mexe automaticamente com os créditos à habitação indexados às taxas Euribor, que representam mais de 90% dos créditos do nosso país.

Por isso, se os juros aumentam, as prestações dos créditos aumentam, o que resulta numa maior receita para os bancos.

Do outro lado da balança, os depósitos. Nestes, os bancos têm demorado a fazer uma atualização mais intensa da remuneração, o que faz a balança desequilibrar em relação aos maiores ganhos nos créditos.

A Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander, Novo Banco e BPI, os cinco maiores bancos em Portugal, tiveram de janeiro a junho uma margem financeira global de €4239 milhões, um número que compara com €2443 milhões do mesmo semestre do ano passado.

A CGD e o BCP são os bancos com maior volume de margem financeira, ambos acima dos €1300 milhões.

Todos os bancos ultrapassaram os crescimentos do ano passado em mais de 50%. A exceção foi o BCP, que aumentou 39%, sendo que este banco era o que tinha a margem mais elevada.

Os banqueiros recusam estarem a aproveitar-se desta atualização automática e defendem que deverá haver uma maior convergência entre a remuneração em Portugal e a da zona euro nos próximos meses.