Economia dia a dia

Como está o investimento no sol em Portugal?

Esta quarta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos da energia solar que já representa 10% do consumo de eletricidade em Portugal

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A corrida ao sol tem-se mostrado uma verdadeira maratona que está constantemente a elevar o seu próprio nível.

Portugal está bem posicionado na tabela, já que a energia solar cobriu pela primeira vez 10% do consumo de eletricidade do país, no mês de julho.

Um patamar “inédito” para a gestora da rede elétrica REN.

Em termos acumulados, de janeiro a julho a produção renovável abasteceu 58% do consumo. Se dividirmos este número: 24% foi de energia eólica, 21% de hidroelétrica; 7% a fotovoltaica e com 6% a biomassa.

No investimento ao sol, importa dizer que mais de 80% dos painéis solares instalados em Portugal até julho, foram para autoconsumo.

Ou seja, segundo a Direção-Geral de Energia e Geologia, grande parte do investimento ao sol tem sido resultado de projetos descentralizados para autoconsumo e não das polémicas grandes centrais solares fotovoltaicas que voltaram, agora, a dar que falar.

Este sábado a APA, a Agência Portuguesa do Ambiente, chumbou o projeto para a segunda maior central solar do país. Um investimento de 500 milhões de euros por parte da Greenvolt e da Alpac Capital, para um projeto fotovoltaico de 705 megawatts (MW) construídos em Nisa.

Pelo menos era essa a ideia, que não se irá realizar porque, segundo a APA “foram identificados impactes negativos significativos a muito significativos”, nomeadamente no “uso do solo, ordenamento do território, paisagem e sistemas ecológicos”.

Desta vez, as árvores ganharam a corrida e os mais de mil hectares compostos, na sua grande maioria, por eucaliptos, vão ficar intactos.

Apesar deste “chumbo” a Agência do Ambiente já deu resposta positiva a várias outras centrais de larga escala, entre as quais o projeto The Happy Sun is Shining, que está a ser desenvolvido em Santiago do Cacém, no Alentejo, pela Prosolia e Iberdrola.

Quando se concretizar, será a maior central solar do país, com uma potência de 1,2 gigawatts (GW), mas ocupa uma área que há vários anos tem uma exploração intensiva de eucaliptos para a indústria papeleira.

Resposta positiva, desta vez por parte do Governo, teve também a EDP para um parque eólico em Sines, que para ser construído será preciso abater 1800 sobreiros.

Em Portugal, 2023 está a ter um ritmo de expansão da energia solar em linha com o do ano passado. Mas aquém do que será necessário para que o país cumpra com as novas metas que o Governo propõe para 2030, que implica que o país instale o triplo da capacidade que está a construir atualmente.