Economia dia a dia

Há novidades nos créditos à habitação, mas só chegam no outono

Esta quinta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos de uma medida, do Banco de Portugal, para flexibilizar os novos empréstimos que acabará por facilitar o acesso ao crédito à habitação para quem quer comprar casa, mas os juros não se alteram

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Não acabará a crise na concessão de créditos à habitação no outono, mas vai ficar mais fácil pedir um crédito para comprar casa.

O Banco Central Europeu continua a subir os juros, que fazem aumentar as taxas Euribor e por consequência, as prestações dos créditos à habitação. Aqui, já sabemos que só em 2024 é que podemos esperar por um início de recuo nos juros.

Mas o Banco de Portugal quer implementar uma medida para flexibilizar os novos empréstimos e dar oportunidade aos portugueses de conseguirem comprar casa, no meio desta crise na habitação.

A ideia é tornar menos exigente o teste obrigatório para quem pede crédito à habitação ou ao consumo.

Mas nada vai acontecer no próximo mês e meio, só no outono.

Isto porque, apesar de já ser possível remeter contributos, em formato editável e com um prazo limite até dia 21 de setembro, a medida só entra efetivamente em vigor no quarto trimestre.

Vamos a exemplos, para que se perceba melhor o que está em cima da mesa.

O que acontece neste teste, é uma simulação das taxas de juro, para perceber se os proprietários continuam a ter capacidade de pagar as prestações. Ora atualmente, a exigência é de uma variação de 3 pontos percentuais em contratos superiores a 10 anos.

Com este novo projeto, a taxa de juro passará a ser de 1,5 pontos percentuais, ou seja, metade.

Isto significa que se tivermos em conta a Euribor a 12 meses que está acima dos 4% e somarmos a exigência de variação em vigor, alcançamos o indexante de mais de 7%.

Mas com as novas regras do Banco de Portugal, subimos apenas os 1,5 pontos percentuais e ficamos nos mais de 5,5%.

Nos prazos mais curtos, o corte do choque a que as famílias serão sujeitas no teste de concessão de crédito também é para metade.

Depois desta soma é calculada a taxa de esforço da família que não pode ser superior a 50%, ou seja, o custo com o empréstimo não pode ser mais de metade do dinheiro que entra na família.

O Banco de Portugal diz que ninguém perde com a nova medida. Já que é benéfica para o consumidor e não tem custos para as entidades que concedem os créditos.