Economia dia a dia

Habitação, saúde mental e ambiente são os desafios da geração mais jovem

Esta quarta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos de um estudo sobre o “Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”, que mostra que as perspetivas futuras dos jovens de hoje em dia são melhores do que antigamente

Loading...

Os jovens de hoje em dia têm melhores perspetivas futuras do que os jovens de antigamente, que hoje são idosos. Será que têm, então, melhores condições para sonhar mais alto?

Depende.

No que toca à habitação, saúde mental e do planeta... há muitas falhas.

Falamos das conclusões do estudo “Um Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”, coordenado pelo professor Paulo Trigo Pereira.

Comecemos pelo que é Justiça Intergeracional.

É quase como o dever de deixar algo para o próximo. Seja em termos de cuidar do planeta, como em matéria de emprego, saúde, habitação, finanças públicas ou pobreza.

E segundo o estudo, de forma geral, “há uma variação positiva do índice de justiça intergeracional nos últimos anos”, o que leva a uma melhor perspetiva de futuro.

Mas o estudo termina no ano 2020 e a verdade é que a pandemia, a guerra e a crise inflacionista podem mudar a direção destes dados.

Como fatores de melhoria, desde 2015, destacam-se a dimensão da pobreza e as condições de vida, seja no mercado de trabalho ou nas finanças públicas.

As gerações mais velhas tiveram maior estabilidade e proteção no emprego e hoje há maior precariedade.

Mas a diminuição da emigração e do desemprego; os rendimentos mais altos e uma maior igualdade salarial de género puxam este indicador para cima.

Contudo, se compararmos com 2010 não vemos uma melhoria, mas sim um ligeiro recuo.

O aumento da precariedade é um dos principais fatores em cima da mesa da “justiça intergeracional”, já que poderá pôr em causa as pensões daqueles que hoje são trabalhadores ativos e descontam para quem já terminou esse mesmo tempo ou não tem capacidades para trabalhar.

A dúvida persiste, ninguém sabe como será daqui a alguns anos.

A qualidade da saúde tem-se mantido estável ao longo dos últimos anos, mas o estado da saúde mental dos jovens agravou-se.

Já quanto à saúde do planeta estamos efetivamente piores e a preocupação dos mais jovens mostra a urgência em salvar o ambiente.

Nos últimos anos foram registadas algumas melhorias, em particular a nível da descarbonização da economia e da gestão florestal. Mas o caminho ainda é longo.

O problema mais alarmante é a habitação. Assunto muito presente no último ano, dada a escalada das taxas de juro que fizeram subir o valor das prestações do crédito à habitação o disparo das rendas nos maiores centros urbanos.

De um modo geral, os jovens têm mais dificuldade no acesso a compra de casa o que faz com que fiquem em casa dos pais até mais tarde. Em média, os portugueses deixam a casa dos pais aos 29,7 anos.

Para já, os jovens têm visto como solução emigrar e ainda a semana passada o Governo anunciou alguns “presentes para os jovens” numa tentativa de os manter em terras portuguesas.