Economia dia a dia

Certificados de aforro vs depósitos a prazo: onde está a melhor rendibilidade?

Esta quarta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos dos certificados de aforro que estiveram em alta no início deste ano, mas agora parecem já não ser a primeira escolha dos investidores

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Ainda se recorda da euforia com os certificados de aforro? Ainda no início deste ano os certificados de aforro estavam na frente da corrida das melhores e mais seguras opções de investimento de dinheiro em Portugal.

Por causa da adesão em força aos certificados de Aforro da série E, esse produto acabou por encarecer os custos de financiamento do Estado português. Por isso, o Governo lançou, em junho, a nova série F, que paga menos a quem investe.

A série E funcionava com uma taxa de juro de 3,5%, um prémio de permanência de até 1%, numa duração máxima de 10 anos.

Com a nova série F, a taxa máxima é de 2,5% a que acresce um prémio de permanência que pode ir até 1,75%, num prazo máximo de investimento de 15 anos.

Com a nova série em vigor, os investimentos nos certificados de aforro abrandaram.

Em vigor há seis meses, os novos certificados de aforro “estão cada vez menos interessantes”.

A opinião é de António Ribeiro, analista da Deco Proteste, que explica à Lusa que as amortizações poderão superar as entradas de dinheiro, mas quem tem os certificados mais antigos deve mantê-los.

Isto porque a nova série F varia consoante a Euribor a três meses, não podendo ir além dos 2,5%. Ao mesmo tempo, a remuneração dos depósitos a prazo que os bancos estão a oferecer parece agora ser uma melhor opção de investimento.

Segundo António Ribeiro, se os certificados tinham perdido interesse com a nova série, agora ainda estão menos interessantes.

Concorrem lado a lado com os depósitos a prazo, onde a taxa de juro média a um ano em Portugal está nos 2,93%, ficando ainda abaixo da taxa média nos países da zona euro.

No entanto, são cinco os bancos que pagam taxas de remuneração brutas de pelo menos 3,5% nos depósitos a prazo a um ano. Falamos do BCP, BPI, Banco Montepio, Crédito Agrícola e Open Bank. Remuneram não só acima da média praticada em Portugal, mas também da zona euro.

Até agora os depósitos a seis meses têm sido mais generosos do que os depósitos a um e dois anos.

E por isto, como soluções de poupança de curto prazo, os depósitos acabam por ser mais vantajosos do que os certificados de aforro.

Os bancos estão confortáveis com a liquidez que alcançaram e depois de uma fase de queda nos depósitos, no último mês verificou-se um movimento de subida do dinheiro colocado a prazo pelos clientes.

Entretanto, o Banco de Portugal já recomendou que os bancos devem ser cautelosos para não darem um passo maior do que a perna.