"Recebemos informações que se referem a 16 valas comuns contendo os corpos de pessoas assassinadas pelo Daesh", declarou Cécile Pouilly, porta-voz do Alto comissariado da ONU para os direitos humanos durante uma conferência de imprensa em Genebra.
As Nações Unidas não dispõem no entanto de informações sobre a localização dessas valas, nem sobre o número de corpos que contêm.
O Daesh assumiu o controlo de Sinjar em agosto de 2014 e perpetrou uma série de massacres, sequestros e violações contra a minoria yazidi (um grupo etno-religioso que segue uma antiga religião sincrética), mas que constituía a maioria da população desta localidade.
A ONU considerou este ataque como uma "tentativa de genocídio".
Pouilly também manifestou preocupação pelas "informações sobre um aumento dos abusos e violações dos direitos humanos cometidos contra as comunidades árabes sunitas nas regiões do Iraque que o Daesh controlou", e que de seguida foram retomadas por outras forças.
Estas informações indicam que membros das forças de segurança iraquianas e curdas, e milícias aliadas, cometeram diversas violações dos direitos humanos sobre as populações sunitas locais: pilhagens, destruição de bens, expulsões forçadas, sequestros, detenções ilegais, execuções extrajudiciais.
Segundo a ONU, outras comunidades religiosas também desencadearam uma vaga de perseguições sobre os sunitas.
"Esta situação prolonga-se há meses, à medida que os territórios são libertados", sublinhou a porta-voz, que se referiu a "ataques em larga escala" contra os sunitas iraquianos.
As forças curdas iraquianas, apoiadas pelos bombardeamentos aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, desencadearam diversas ofensivas no norte iraquiano, e em meados de novembro forçaram a retirada do Daesh de Sinjar.
A porta-voz da ONU pediu ainda ao governo iraquiano para promover uma investigação sobre "todas as violações e atentados aos direitos humanos, incluindo as cometidas contra as comunidades árabes sunitas".
Lusa